terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Twitter no Jardim do Éden....

Charge retirada do blog Púlpito Cristão.

Achei muito interessante esta charge...Você já imaginou alguns pastores, pregadores, profissionais da fé no Jardim do Éden?

Morreriam de tédio....ninguém para bajular o seu ego, ninguém para gritar o seu nome e nenhum tipo de tietagem....pra quem iriam vender suas relíquias? 

Que 2011 seja o ano em que muitos irmãos e irmãs abram seus olhos espirituais....

Feliz Natal e um Próspero  Ano Novo cheio da presença do Senhor.

Pr. Alexandre Farias 

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Comunhão portenha - Por Revista Cristianismo Hoje

Aquele último culto, num domingo de 2007, foi marcado pela desolação dos membros. Às vésperas de fechar as portas, o líder da pequena igreja pentecostal escreveu um e-mail para o colega Norberto Saracco pedindo oração.


A congregação perderia seu templo em Buenos Aires, a capital argentina, a menos que pagasse o equivalente a 25 mil dólares para resolver um processo legal de longa data em relação à propriedade. Parecia não haver saída, pois o valor equivalia a quase um ano de arrecadação da igreja. Saracco, da Igreja Boas Novas e integrante do Conselho de Pastores da cidade, fez as orações pedidas e algo mais. Ele enviou a seguinte resposta: “Não podemos permitir que uma igreja feche em Buenos Aires”. Dois dias depois, pastores de várias denominações haviam doado o dinheiro necessário. “Quando dizemos que há somente uma Igreja em Buenos Aires, estas são as consequências”, explica Saracco. “Se queremos uma Igreja forte na cidade, cada igreja local tem que ser forte também”.

As palavras do religioso expressam o espírito daquela que é hoje, talvez, a maior experiência de unificação de igrejas de uma grande cidade em todo o mundo. Em um país sem forte tradição evangélica, a Igreja argentina tem visto uma iniciativa pouco comum: uma tentativa de unificação.

Não se pretende montar uma única megaigreja onde todos congreguem, mas sim, resgatar um conceito bíblico simples, o da unidade em Cristo. “Toda vez que o Novo Testamento fala da igreja em uma cidade, como Éfeso ou Corinto, é sempre no singular, não no plural”, diz Carlos Mraida, pastor da Primeira Igreja Batista do Centro de Buenos Aires. “Entretanto, quando o Novo Testamento fala de liderança em uma cidade, é sempre no plural. A igreja é singular, mas a liderança é plural”.

Pluralidade tem sido mesmo a palavra de ordem entre cerca de 150 igrejas evangélicas da Grande Buenos Aires, um aglomerado urbano com 13 milhões de habitantes. Desde que foi montada, a entidade tem atraído cada vez mais líderes. Os pastores reúnem-se mensalmente para orar, confraternizar, traçar planos de ação comum e, se for o caso, socorrer-se mutuamente. Não é preciso abrir mão das próprias convicções, nem existe qualquer patrulhamento teológico. Pentecostais convivem com históricos na maior harmonia. “Estamos de acordo apenas sobre os elementos centrais, como a Trindade, a morte de Jesus na cruz e sua segunda vinda, por exemplo”, explica Juan Pablo Bongorrá, pastor da Igreja Portas Abertas. Os quase 200 membros do Conselho de Pastores de Buenos Aires continuam a divergir sobre temas como o divórcio, batismo pelo Espírito Santo e formas de realizar o culto. “Aceitamos a diferença como uma riqueza. Seria ruim se todas as igrejas fossem iguais. Imagine se Deus tivesse criado apenas um tipo de flor, como isso seria chato”, compara.

Ao invés disso, as igrejas ligadas ao órgão estão fazendo trocas importantes. “Hoje, as igrejas mais tradicionais estão ajudando as congregações avivadas a fazer mais trabalhos sociais, e estas incentivam aquelas a realizar mais trabalhos evangelísticos”, explica o pastor, que é um dos cinco dirigentes do Conselho. O resultado é uma força conjunta capaz de influenciar mais a sociedade argentina, já que conselhos semelhantes têm se reproduzido em outras regiões do país. Foi assim em novembro do ano passado, quando os evangélicos uniram-se para confrontar o governo e o legislativo na questão do casamento gay, e na recente crise econômica do país. “O mais importante é a mentalidade de que a unidade é um processo contínuo, não um evento”, acredita Mraida.

Reconciliação – Inicialmente, os crentes portenhos – como são conhecidos os moradores da cidade – tentaram iniciar um movimento de unidade após a cruzada que o evangelista americano Billy Graham realizou ali, em 1962. Anos depois, outra cruzada, desta vez do pregador Luis Palau, em 1977, encetou algumas iniciativas naquela direção, mas sem sucesso. Não que houvesse contenda entre os crentes – “as igrejas aqui nunca foram hostis ou competitivas”, garante o pastor Bongorrá –, mas cada igreja estabelecia e perseguia seus próprios objetivos. Um novo espírito de unidade surgiu no início dos anos 1980, quando centenas de cidades formaram conselhos de pastores, alguns com mais de mil membros. O de Buenos Aires foi montado em 1982 por Bongorrá, Saracco e Mraida, junto com o carismático pastor Jorge Himitián e o ministro batista Pablo Medeiros. “O ponto de partida foi criar e desenvolver a amizade entre os pastores”, diz Saracco, “já que é mais fácil unir pessoas do que denominações”.

Uma das primeiras ações do grupo foi a reconciliação sobre os erros do passado recente. A Argentina engatinhava na redemocratização, após a sangrenta Guerra Suja da década anterior, período em que os militares governaram o país com mão de ferro, e o trauma do conflito contra o Reino Unido pela posse das ilhas Malvinas. “O tumulto político no país criou uma profunda divisão entre as igrejas que defendiam os direitos humanos e aquelas que permaneceram em silêncio”, diz Saracco. O ponto alto foi um grande evento no qual o Conselho pediu aos dois lados para perdoarem um ao outro em frente aos 250 mil congregados. O ato teve um efeito purificador.

Quando ficou claro que uma estrutura formalizada, com cargos tradicionais e instâncias administrativas, levaria o grupo à inação, os pastores optaram por outra tática. “Mudamos a mentalidade”, lembra Bongorrá. “Resolvemos trabalhar como igreja e nos concentrar nos dons espirituais”. O movimento de unidade logo mudou o foco da ideia de uma simples comunhão entre pastores para o conceito de “igrejas ajudando igrejas”. Quando uma Igreja Anglicana foi forçada a encerrar seu programa de Escola Dominical em 2008 por falta de professores, levando a um êxodo de famílias, a congregação pentecostal liderada por Saracco enviou quatro voluntários para executar um programa de educação bíblica. Noutra ocasião, um pastor do subúrbio pediu socorro porque o colégio que a igreja mantinha estava na bancarrota. Em resposta, o Conselho uniu-se para pagar dívidas com impostos e salários dos professores.


A estrutura flexível é considerada uma das chaves para o sucesso. Outra é ter algo para fazer em unidade. “Durante muitos anos, não tínhamos um projeto comum”, diz Bongarrá. “Agora, os pastores estão se juntando cada vez mais a nós – porque é bom orar juntos e ter um bom tempo de comunhão –, mas, também, porque as pessoas estão mais felizes por terem algo para fazer em unidade, um objetivo comum”. O trabalho do Conselho da capital tem chamado a atenção. A Aliança Cristã de Igrejas Evangélicas da República Argentina (Aciera) fez uma convocação para que todos os conselhos de pastores de outras cidades e províncias do país comparecessem a um evento no Seminário Batista de Buenos Aires em abril. Ali, os pastores portenhos falaram de sua experiência.

“Paradigma bíblico” – Mas o desafio é grande. Embora num ritmo bem menor que o brasileiro, as igrejas também estão crescendo numericamente na Argentina. Hoje, a quantidade de evangélicos do país chega a 3 milhões de pessoas (pouco menos de 10% da população), a maioria, pentecostais. “Apesar disso, o Reino de Deus não tem sido estabelecido”, preocupa-se o pastor Carlos Mraida. “A cidade fora dos muros da igreja está muito pior em quase todos os quesitos espirituais e seculares”, reconhece. Ele conta que, ao longo de seus 24 anos de ministério, viu que, quando cada um cuida de fazer só o próprio trabalho, o avanço é modesto. “Jesus disse que uma única exigência para vermos o avivamento é que sejamos um, a fim de que o mundo creia, conforme João 17. Temos que voltar a um paradigma bíblico.”

Nos últimos quatro anos, Mraida tem convidado pastores de diferentes denominações para servir mensalmente a Ceia do Senhor na sua congregação. Ele mesmo já foi beneficiário da mutualidade que ajuda a fomentar. Quando a Igreja Batista que dirige estava construindo um novo santuário, a Igreja Visão do Futuro, do pastor Omar Cabrera, localizada a apenas 10 quarteirões, contribuiu com 70 mil pesos (cerca de R$ 35 mil em valores de hoje) para compra de cimento. “Indagaram-me porque estávamos ajudando a construir outra igreja tão perto de nós”, lembra Cabrera. “Respondi simplesmente que estávamos no mesmo time”.

Ultimamente, as prioridades do Conselho de Pastores têm sido a oração e a evangelização. Em junho de 2008, a entidade organizou a primeira campanha de 40 dias de oração, encerrada com uma vigília de três noites ao ar livre, em frente ao Congresso do país. Ano passado, a coisa se repetiu, e em 2010 estendeu-se para cinquenta dias, a partir da Páscoa. Agora, está em pleno andamento uma mobilização para que os crentes portenhos assumam uma responsabilidade espiritual por sua cidade. Voluntários concordaram em orar por cada um dos 12 mil quarteirões da Região Metropolitana.


Periodicamente, eles percorrem as ruas distribuindo folhetos e falando de Jesus aos moradores.

Hoje, o Conselho já possui sete mil quarteirões cobertos por voluntários de 100 igrejas locais, e os pastores estão confiantes de que, até o fim do ano, toda a Grande Buenos Aires estará debaixo de oração e ação evangelística. Outra campanha promove os valores cristãos através da veiculação de mensagens temáticas, tendo como base o slogan “A Argentina que Deus quer é possível com Jesus Cristo”. A cada duas semanas, as mensagens são divulgadas através de jornais, rádios, outdoors e panfletos. Muitos pastores reforçam os anúncios atrelando seus sermões ao tema de cada semana.

Os custos são cobertos por um pool de igrejas dirigidas pelos pastores do Conselho. As congregações têm sido tão entusiastas que as ofertas para o órgão – normalmente inferiores a dois mil pesos por mês – totalizaram a espantosa quantia de 750 mil pesos (R$ 375 mil) em cinco meses.

Originalidade – O último exemplo de evangelização unificada de toda a cidade foi o envio, em fevereiro deste ano, de missionários para a África do Norte, representando toda a Igreja de Buenos Aires. Trata-se de uma outra inovação, já que até então os obreiros transculturais eram enviados por igrejas locais ou agências missionárias. “Esse envio unificado é um modelo para viabilizar a obra missionária e torná-la possível para a realidade econômica da América Latina”, elogia o presidente internacional da Cooperação Missionária Iberoamericana (Comibam), David Ruiz. “O sucesso em Buenos Aires vem em um momento em que os grupos tradicionais de unidade da América Latina – como a Confraternidade Evangélica Latinoamericana e o Conselho Latinoamericano de Igrejas – estão em vias de extinção ou perda de relevância.”

Atual diretor-adjunto Comissão de Aliança Missionária Evangélica Mundial, Ruiz acredita que o Conselho de Buenos Aires é um órgão muito original. “A maioria das alianças evangélicas estão enfrentando uma crise de identidade, e esta entidade está trazendo uma alternativa para a unidade da Igreja no continente”. O líder teológico René Padilla, presidente emérito da Fundação Kairós de Buenos Aires, diz que a iniciativa representa o novo. Embora reconheça a importância do trabalho, ele observa que sua influência ainda não se faz sentir fora da cidade. “Ainda existem grandes divisões entre os grupos de igrejas principais e conservadoras”, aponta. “Há sinais encorajadores de pessoas se relacionando entre as denominações, mas ainda há um longo caminho a percorrer”.

Contudo, Norberto Saracco e seus companheiros de ministério parecem não ter pressa. “A nossa visão e nossa tarefa são uma questão de fé. Estamos conscientes das nossas diferenças hoje, e sabemos que possivelmente não veremos o fim delas durante a nossa vida Talvez isso demore cem, duzentos ou 300 anos, não sabemos. Mas Abraão foi o pai da fé porque acreditou, não porque viu”, observa.

Se queremos uma Igreja forte na cidade, cada igreja local tem que ser forte também?

OutrosCuba para Cristo. A hora! Cinquenta anos depois de Sierra Maestra, crentes aproveitam o momento de abertura politica e promovem uma revolução espiritual na ilha Juntando os cacos Igrejas hispânicas nos EUA enfrentam a crise das hipotecas e reformulam ministérios para socorrer fiéis que perderam tudo. [ ver todos ] Leia TambémMATÉRIASJesus Cristo, Superstar Após dois mil anos, ensinamentos do Filho de Deus continuam influenciando o comportamento, o mundo corporativo, a mídia e a academia em plena era da informação. O doutor Bíblia Médico e colecionador, Aristóteles Alencar costuma peregrinar em busca de exemplares raros e já tem 1,5 mil edições da Palavra de Deus. COLUNASUma garotinha “Chega de nos chocarmos apenas com o fato de não nos chocarmos.” Espiritualidade e responsabilidade social As comunidades de Jesus Cristo são chamadas à obediência na luta pela justiça e na prática da misericórdia.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Israel quer permitir adoção por homossexuais - por Agência EFE

JERUSALÉM - Um comitê do Ministério de Assuntos Sociais israelense estuda a possibilidade de reformar a lei para estender a adoção a casais do mesmo sexo, informou à Efe seu porta-voz, Nachum Ido.


A lei israelense só permite a adoção a casais heterossexuais, mas a Corte Suprema permitiu recentemente que várias lésbicas pudessem cuidar de crianças maiores de dois anos. Estes casais de mulheres receberam crianças rechaçadas por muitos candidatos para adoção, porque seus pais tinham um passado conflituoso ou porque não eram recém-nascidos, explicou Ido.

- Nossa experiência do acompanhamento destes casais de lésbicas em sua adoção é que foram muito boas mães - assegurou o porta-voz do Ministério liderado pelo trabalhista Issac Herzog. O comitê, formado há dois anos, mas que ficou paralisado após a renúncia de seu presidente anterior, começará a analisar nas próximas semanas a possibilidade de reformar a lei ou que a Corte Suprema aprove a adoção a casais do mesmo sexo, que por enquanto limitou a lésbicas e para crianças maiores de dois anos.

Ido precisou neste sentido que outro comitê no Ministério da Justiça estuda as implicações legais de uma eventual reforma. Embora faça parte dos trabalhos do comitê de seu Ministério, o porta-voz considerou mais complicado o caso dos homens, porque apenas um casal do sexo masculino procurou a adoção.

Reportagem por Agência EFE

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Entrevista com Wayne Grudem - Vida Nova

 Teologia Brasileira: Há mais de 10 anos sua Teologia Sistemática foi publicada aqui no Brasil e passou a ser adotada por diversos seminários como o principal texto da área. Atualmente, como um dos mais importantes livros de teologia sistemática, a popularidade que ele alcançou demonstra ampla aceitação de suas ideias. A que atribui tamanha aceitação de sua obra no Brasil?

Grudem: Antes de qualquer coisa, vejo isso tudo como o favor e a bênção do Senhor sobre o ensino de sua Palavra. Meu livro, Teologia Sistemática, tem forte fundamento nas próprias palavras da Bíblia. Portanto, quando alguém o lê, encontra muitos versículos bíblicos que citei ao longo do livro. Creio que o fato de ter incluído a própria Palavra de Deus confere à didática do livro muito mais poder e eficácia para tocar o coração e a mente das pessoas.

Um segundo motivo é por eu ter escrito o livro de maneira que pudesse ser entendido por cristãos comuns, não apenas por acadêmicos em seminários e universidades, pessoas que possuem instrução mais avançada. Tentei empregar uma linguagem acessível por todo o livro e, nas situações em que utilizei termos teológicos especializados, sempre busquei antes explicá-los ao leitor.

O terceiro motivo é por eu ter tentado escrever o livro de modo a incluir aplicações práticas para a vida cotidiana. Assim, espero que a fé das pessoas, sua vida de oração, obediência e amor a Deus sejam aprofundadas pela leitura dessa obra.

Teologia Brasileira: Qual é sua avaliação a respeito da contribuição latino-americana à teologia nos últimos vinte anos?

Grudem: Creio que os cristãos no restante do mundo têm sido encorajados e desafiados pela grande fé demonstrada entre os cristãos da América Latina. Acredito também que os cristãos de outras partes do mundo têm sido desafiados pelo notável crescimento da igreja latino-americana, algo que reflete seu profundo amor pelos incrédulos e sua confiança no poder de Deus. Igrejas em diversas regiões da América Latina têm crescido em uma proporção que ultrapassa de longe qualquer fenômeno que esteja ocorrendo na América do Norte ou na Europa.


Creio que a igreja na América Latina tem também servido de estímulo para que outros cristãos ao redor do mundo dediquem mais atenção à tentativa de encontrar soluções de longo prazo às necessidades dos pobres, algo em que estou começando a empenhar-me.


Sinto dizer que não sei ler português nem espanhol; por isso, não posso ler a literatura acadêmica teológica produzida nessas duas línguas.

Teologia Brasileira: O Brasil está sendo cada vez mais exposto ao movimento da igreja emergente.1 Qual é sua opinião sobre este fenômeno? Quais pontos positivos e negativos enxerga nessa nova forma eclesiástica?

Grudem: Sempre aprecio quando igrejas descobrem uma nova ênfase que possa ser atribuída à celebração no culto e ao uso mais difundido da arte no trabalho da igreja. Também tenho apreço por qualquer tentativa de compreender como podemos alcançar com o Evangelho a geração atual de jovens não crentes. Vários segmentos do movimento de igrejas “emergentes” e “em emergência” têm desafiado a igreja dessa maneira.


Todavia, fico profundamente preocupado com a perda de entendimento doutrinário, bem como com a postura de minimizar a importância da doutrina e da fidelidade à Palavra de Deus. Essa é a essência da minha Teologia Sistemática – compreender e, então, permanecer fiel aos ensinamentos da Palavra de Deus.


Se você ler os livros de 1 e 2Timóteo e Tito, por exemplo, ou 2Pedro e Judas, perceberá rapidamente que os autores do Novo Testamento preocupam-se profundamente com o risco de que suas jovens igrejas se desviem, aceitando e tolerando falsos ensinamentos, que afastarão as pessoas de Deus e da fidelidade a ele. Em último caso, se uma igreja se desviar muito em sua compreensão doutrinária e permitir que falsos mestres tomem conta de seus púlpitos, o favor e a bênção de Deus serão retirados dessa igreja.


Às vezes, fazemos uma distinção entre as igrejas “emergentes” [emergent churches], que se tornaram bem mais liberais em sua doutrina, e as igrejas “em emergência” [emerging churches], que às vezes são muito mais conservadoras e fiéis à Palavra de Deus (embora aqui também encontremos variações).


O ponto principal é preservar a importância de sermos fiéis a toda a Palavra de Deus, em especial no que diz respeito às pessoas autorizadas a ensinar nas igrejas e escrever para editoras cristãs.

Teologia Brasileira: As ideias propostas pelo “teísmo aberto” têm suscitado diversos debates aqui no Brasil. Alguns teólogos de igrejas tradicionais e pentecostais têm sido favoráveis à adoção desse movimento teológico. Essa tendência é alimentada por tragédias no cenário internacional, tal como o aumento do terrorismo, as recentes tsunamis e o acidente da Air France. Como o senhor enxerga o “teísmo aberto”? Esta teologia poderia de algum modo ser útil para as igrejas ou seria ela apenas mais uma teologia que precisa ser enfrentada e refutada?

Grudem: Creio que o “teísmo aberto” é um ensino muito perigoso. Existem mais de 2 mil passagens na Bíblia mostrando que Deus conhece o que os seres humanos farão no futuro [Uma lista de 2.353 profecias desse tipo foi compilada por Steven C. Roy, que a menciona em seu livro How Much Does God Foreknow? (Downers Grove: IVP, 2006). Essa lista está disponível para download em http://www.ivpress.com/title/exc/2759-lists.pdf]. O “teísmo aberto” contradiz a força que todos esses versículos possuem. Nega ainda a doutrina da onisciência divina, a ideia de que Deus conhece todas as coisas que aconteceram e acontecerão, e até mesmo todas as coisas que poderiam ter acontecido, mas não aconteceram!

Os defensores do “teísmo aberto” são obrigados a redefinir “onisciência” de maneira especial, de modo que signifique apenas que Deus conhece tudo o que é possível conhecer; logo em seguida, dizem que não é possível conhecer o futuro. Ao fazerem isso, eles impõem seu limitado conhecimento humano acerca do que é “possível” conhecer ao infinito caráter de Deus, o que é um erro. Além disso, retiram a força de um número avassalador de versículos bíblicos.


O problema de negar que Deus conhece nossas escolhas futuras é que essa atitude reduz drasticamente nossa capacidade de confiar em Deus. Como saberemos se o direcionamento que Deus nos dá é sábio, quando Ele mesmo pode não saber quais eventos futuros nos sobrevirão? Como poderemos confiar que ele nos conduzirá para um futuro que Ele próprio nem conhece?


Em Isaías 45.21 e Isaías 46.9,10, Deus se diferencia dos falsos deuses das religiões pagãs, dizendo ser o único que consegue saber o futuro. É assim que Ele mostra ser o único Deus verdadeiro. E é por isso que suas profecias sempre se cumprem. Os teístas abertos são obrigados a transformar as profecias de Deus em meros palpites sobre o que está para acontecer ou, então, em exceções ao ensinamento deles. Porém, não é essa visão de Deus que a Bíblia ensina.


Um livro recente muito útil sobre esse assunto é God’s Lesser Glory: the diminished God of Open Theism (Crossway, 2000), de Bruce Ware.2 Ver também um estudo bem minucioso feito por Steven C. Roy, How Much Does God Foreknow? (IVP, 2006).


Teologia Brasileira: Uma das maiores queixas contra a teologia sistemática é o fato de ela ser apenas de uma reflexão teórica sem nenhum atrativo prático para a aplicação no dia a dia. Qual é sua reação a esse tipo de comentário? Como a teologia sistemática contribui para a vida diária dos cristãos contemporâneos?

Grudem: Conforme expliquei acima, acredito que um dos motivos que levaram os cristãos a reagirem tão positivamente à minha Teologia Sistemática foi o fato de ela conter, no final de cada capítulo, questões para aplicação prática.


Certa vez, eu estava pensando sobre os livros mais densos do Novo Testamento, doutrinariamente falando, tal como Romanos, Efésios e Hebreus. Será que existe alguma aplicação prática nesses livros? É claro que sim! Neles existe muita aplicação! Depois, pensei comigo mesmo: se o Novo Testamento nunca ensina teologia sem aplicação, por que nós deveríamos ensinar? Será que não devemos também incluir aplicação para a vida, sempre que ensinarmos teologia sistemática? Foi isso que me levou a incluir na Teologia Sistemática essa ênfase na aplicação prática.


Teologia Brasileira: Qual é sua opinião sobre as propostas apologéticas usadas por evidencialistas e pressuposicionalistas quanto às “evidências a favor da existência” de Deus?

Grudem: Se eu tivesse de escolher um dos lados do debate, ficaria do lado dos pressuposicionalistas. Eles nos recordam que, ao falarmos com um não crente, todos os fatos do universo são, em última análise, compreendidos de maneiras diferentes pelo não crente e por nós, cristãos. Isso acontece porque colocamos todos os fatos no contexto do propósito geral de Deus e de seu controle total do universo. Cada fato tem uma função, seja para levar adiante o reino de Deus e aumentar sua glória, seja para outros propósitos que não implicam glória a Deus. Portanto, pensando dessa maneira, creio que devemos lembrar-nos de que não existem fatos “neutros”, quando conversamos com descrentes. Eles enxergam cada fato no contexto de sua cosmovisão, que é contrária à cosmovisão bíblica.


Por outro lado, sou a favor de todos os tipos de evidências e argumentos, desde que ajudem a levar não crentes mais perto de depositar sua confiança em Jesus Cristo como Senhor e Salvador. Recordo-me de uma vez em que estava conversando com uma mulher sentada ao meu lado no avião, que se dizia ateia. Falava-lhe sobre minha crença em Deus e confiança em Jesus Cristo, mas ela era uma ateia convicta. Então, quando o avião aterrissou, recebi uma mensagem de texto no meu celular e a li. A mulher fez algum comentário sobre as maravilhas da tecnologia da telefonia celular e eu respondi: “Sim, mas você sabia que ninguém criou este celular? Ele surgiu por acaso, a partir de vários materiais da terra!”.


Ela riu, mas entendeu a que ponto eu queria chegar com meu comentário. Ela pensava que todas os seres vivos do universo surgiram simplesmente por acaso, mas não conseguiria crer na mesma visão em relação a um simples telefone celular. Sendo assim, sou a favor do emprego de evidências, onde quer que possam ser usadas, mas sempre lembrando que os não crentes abordam cada fato a partir de pressupostos diferentes dos nossos.

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1 Para um estudo mais aprofundado do movimento da igreja emergente, recomendamos a leitura da obra: CARSON D. A. Igreja Emergente. O movimento e suas implicações. São Paulo: Edições Vida Nova, 2010. [N. do T.]


2 Recomendamos ainda, do mesmo autor, o livro Ware. A. B. Teísmo aberto: a teologia de um Deus limitado. São Paulo: Edições Vida Nova, 2010. [N. do T.]

sábado, 18 de setembro de 2010

POLÊMICA - Líderes religiosos criticam "Dia do evangélico"

Líderes evangélicos se mostraram surpresos ontem ao saber que a lei 12.328 — que institui o dia 30 de novembro como Dia do Evangélico — foi sancionada quarta-feira pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O decreto foi publicado ontem no Diário Oficial da União. O projeto é do deputado do Partido Republicano Brasileiro (PRB-MA), Cléber Verde.


“É uma iniciativa simpática, mas, todavia, a República nasceu laica e precisa continuar laico. Defendo a separação entre Igreja e Estado para que haja democracia. O presidente precisa despertar para esse aspecto da Constituição” explica o presidente da Catedral Presbiteriana do Rio e da Academia Evangélica de Letras do Brasil, Reverendo Guilhermino Cunha.

O diretor-geral da Convenção Batista Carioca, Pastor Walmir Vieira, concorda:

“Não há necessidade disso. O dia do evangélico é todo dia, quando damos testemunho de uma vida cristã e bonita. Se existe um dia do evangélico, será preciso haver um para os católicos, para os espíritas”.

Teólogo e professor de Filosofia, o pastor Alexandre Marques também destaca a importância de não privilegiar nenhuma religião:
“Será preciso haver um dia para as tradições orientais e africanas, que foram demonizadas e atacadas”.

Fonte: Site Creio/ Extra Online

sábado, 11 de setembro de 2010

A CRIANÇA E A IGREJA - Por Alexandre Farias


Quem já não escutou, as seguintes frases sobre a criança nas igrejas: “AS crianças são o futuro da igreja”, “Um dia estas crianças vão estar em nosso lugar”, “Diácono, por favor, pegue esta criança no corredor da igreja, ela está atrapalhando o bom andamento do culto” , “ Vamos ter uma programação para a família, mas os filhos não podem participar. Deixem os filhos com a avó” .


Muitas igrejas (estou me referindo as igrejas que tem condições) nem se preocupam em colocar as crianças em um lugar digno, mas qualquer lugar serve, num cantinho, aquela sala que ninguém usa.

Mas será que levariam os empresários da igreja para mesma sala que os pequeninos usam para uma reunião?

Algumas destas frases poderiam ser engraçadas se não expressassem como a igreja tem tratado os nossos pequeninos.

Eu quero levar você a refletir sobre o relacionamento da criança e a igreja. Como Jesus se relacionou com os pequeninos e de que forma a igreja vê as crianças.

Igrejas que não incluem as crianças em suas programações
 
Jesus nunca pediu para que as crianças fossem retiradas de suas mensagens, pelo contrário, quando algumas foram levadas ao mestre para que ele as tocasse, foram os discípulos que dificultaram o contato entre Jesus e elas.
 
Uma brincadeirinha: Foi aqui que nasceram os primeiros diáconos, não que todos sejam desta forma, mas muitos agem assim mesmo.


Voltando....
Jesus vendo a atitude dos discípulos repreendeu-os, ficou indignado, pediu para que eles deixassem as crianças ter livre acesso dizendo: “Deixai vir a mim as crianças, e não as impeçais, porque de tais é o reino de Deus. (Marcos 10 v.13).”.

O mestre sabia que impedir as crianças de ter acesso a Ele, era a mesma coisa que dizer que elas não são importantes para o Reino de Deus. Imagine você, ser o membro de uma igreja e não poder conversar com o seu pastor! Ser barrado pelos seguranças do pastor! Ser proibido de chegar a Jesus!

Parece brincadeira, mas já existem pastores e apóstolos que agem desta forma.

Mas qual é a colheita destas atitudes?

A criança perde a referência dentro da Igreja, ela não ira amar aquele que a despreza.

Qual é a criança que ama alguém que a despreza?

Será que esta pergunta não deve ser feita para alguns ministérios?

Em muitas igrejas encontramos a mesma atitude que os discípulos tiveram, muitas crianças são deixadas de lado em algumas programações.

Pode parecer contraditório, mas quando existem as nomeadas “programações da família” em muitas igrejas, os pais recebem a orientação para deixar os filhos em casa, com avó, com a vizinha, com uma irmã para que a programação saia como planejada, da melhor forma possível, para que ela tenha sucesso.

E eu me pergunto:Será que estas programações são para a família? Será que a melhor programação para a família é aquela que os filhos atrapalham quando participam?

Que tipo de programação tem sucesso com a família se ela é separada antes de começar?
Os filhos fazem parte da família, são personagens principais e não coadjuvantes, são bênçãos e não maldição,devem participar das programações para que saibam que eles são importantes para o corpo de Cristo e para a família.

Não digo que elas devem fazer parte de toda programação, mas deveriam participar de algum tipo de atividade no período que os pais recebem a ministração. Muitos não participam destas programações porque não tem com quem deixar seus filhos.


Se a igreja vai fazer uma programação especifica para casais deve procurar  ajuda dos professores ou do ministério infantil! Eles podem programar algum evento no mesmo horário. Não é tão difícil resolver esta questão, basta querer e ter vontade.

Para alguns líderes, a criança não nota tal diferença, mas pelo contrário, existem crianças que estão com o olho no brinquedo e o ouvido no púlpito, na hora do aviso, elas sempre estão ligadas!

Certa vez, o meu filho, Lucas  tinha teve uma atitude interessante - Olha que ele estava com 7 anos...

Quando chegamos da igreja, ele foi para o seu quarto. Começou arrumar as malas, e a minha esposa perguntou o que ele estava fazendo.

A resposta veio : Estou arrumando as minhas malas porque o pastor disse que Jesus pode vir a qualquer hora e levar a gente pro céu!

Quando o pastor estava pregando, ele brincava no banco da igreja, mas com o ouvido no que o pastor dizia.

Agora, como uma criança se sente ao ser excluída de uma programação nomeada “da Família”?


Como uma criança vai ter prazer em ir a um lugar que a exclui da programação da sua própria família?

Se a igreja demonstra interesse por elas, esta atitude gera amor e um relacionamento com a igreja.

Os melhores relacionamentos são criados por aliança de amor.

O caso se agrava em alguns ministérios em que a criança é excluída explicitamente.
 
Existem igrejas que possuem um lugar amplo, capaz de oferecer uma estrutura compatível aos que os pequenos necessitam para aprender da palavra de Deus da melhor forma possível, mas elas não têm o objetivo de evangelizar as crianças e interesse de ter as crianças ativas no ministério.


Certa vez, perguntaram-me por que as crianças são tratadas desta forma. Não demorei a responder:: “Existem igrejas que não tem programações para as crianças por que elas não são dizimistas, empresárias e não podem participar de algumas campanhas “desafiadoras”. Eles não têm interesse de promover programações para quem não dá lucros aos caixas eclesiásticos.”

Amar os pequeninos é uma questão de viver o verdadeiro Cristianismo

Graças a Deus não são todas que desprezam as crianças, reconheço que muitas igrejas investem nos pequenos, fazem evangelização em escolas, creches e nas ruas demonstrando o verdadeiro amor que Jesus tem com os pequeninos. Preparam os seus professores investindo em cursos especializados para a evangelização infantil. Isto é Cristianismo!

Os pastores e líderes de ministério precisam entender que, quando Deus deu o seu Filho para morrer por nós, as crianças não foram retiradas do pacote. Elas fazem parte do plano de salvação.


A igreja deve entender que hoje elas são crianças, amanhã serão adolescentes e no futuro, adultos.

A criança é a igreja de “hoje e não do futuro”.

Deus abençoe

sábado, 28 de agosto de 2010

Fora Ratzinger!

A sucessão de denúncias contra abusos sexuais praticados por sacerdotes católicos pode afetar o próprio líder da Igreja Romana. A Associação de Teólogos João XXIII pediu, em manifesto, a renúncia imediata de Joseph Ratzinger, que acaba de completar cinco anos no comando da Santa Sé.

“O pontificado de Bento XVI está esgotado. O papa não tem a idade nem a mentalidade para responder adequadamente aos graves e urgentes problemas por que passa a Igreja Católica atualmente”, protesta a organização, surgida para cultivar o espírito reformista do Concílio Vaticano II, realizado nos anos 1960 sob a liderança daquele pontífice.

O manifesto foi publicado no jornal espanhol El país, dizendo ainda que a atual organização da Igreja Católica é obsoleta e corresponde mais a uma monarquia absoluta do que a um movimento fundado por Jesus. Teólogos ligados à Associação João XXIII lembram que Bento XVI teve seu nome citado em casos de acobertamento a padres pedófilos e reivindicam que os cargos do alto Clero sejam preenchidos através de processo democrático, envolvendo a “vontade de todos os fiéis”.


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Fonte : Revista Cristianismo Hoje

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Infância Ameaçada - Por Pr. Carlos Bezerra Jr.

“Quando o fizestes a um destes pequeninos, a mim o fizestes”, disse Jesus no relato de Mateus.

Pensar que nosso Senhor sente em si a afronta, a violência, o abuso a meninos e meninas dá a medida da seriedade do assunto, e do quanto à proteção à infância interessa, e muito, a Ele. Sob esse prisma, tente sentir o que o Mestre sentiu ao ouvir relatos como o das crianças que prestaram depoimento à operação policial de Catanduva, cidade no interior do Estado de São Paulo, em agosto do ano passado. Elas contaram terem sido obrigadas a ver um homem de 46 anos dançar nu músicas da banda Calypso antes de violentá-las.

Nos últimos anos, em todo o país, surgem movimentos e ações para proteger a infância; mobilizações saudáveis, mas que talvez precisem de um pequeno ajuste de foco. “Todos contra a pedofilia” – é o que entoam alguns parlamentares como grito de guerra. No entanto, cabe a reflexão: até que ponto esse mesmo grito pode significar “todos a favor das crianças”?

Criminoso que abusou de crianças entrevistado por programas sensacionalistas, ações quase pirotécnicas, blitze para prender abusadores surgem aqui e ali na imprensa. Mas alguém já se perguntou que tipo de assistência estaria sendo oferecida às crianças vítimas? Sim, porque se, por um lado, a punição ao criminoso é necessária, por outro, o atendimento e acompanhamento dos garotos e garotas abusados é imprescindível. Mais: no afã de chamar atenção para a gravidade do problema, expõe-se crianças em depoimentos descabidos. Imagine a dor e a humilhação a que uma menina que sofreu abuso é submetida quando tem de relatar o ocorrido para um tanto de gente que ela nunca viu na vida? Ou para políticos que estão até interessados em protegê-la, mas que não tem a qualificação necessária para ouvi-la relembrar aquela violência terrível sem fazer com que ela sofra de novo a agonia que passou?


Foi pensando nisso que, no início do ano passado, quando fui escolhido por unanimidade como relator da CPI “da Pedofilia” e do Enfrentamento à Violência Sexual Infanto-Juvenil, propus uma mudança de foco. Sem deixar de lado a responsabilização, defini que daríamos prioridade à proteção da criança. O raciocínio é simples: de que adianta alardear ações pontuais se não há para onde encaminhar as crianças? Para que serve fazer denúncia e mais denúncia se os órgãos não conseguem atender a demanda que lhes é encaminhada? De nada, respondo. Ou alguém tem dúvida de que a criança que é retirada de um ponto de exploração sexual, por exemplo, e que não é protegida pelo poder público, volta, dias depois, para a mesma atividade?

Por isso, a CPI paulistana escolheu investigar a rede pública que presta (ou deveria prestar) assistência às vítimas, diagnosticando os seus problemas. Resultado? O relatório final que apresentei em dezembro de 2009 apontou omissão na maioria dos serviços responsáveis pela proteção à criança, detectou desinformação, falta de integração, demanda reprimida, baixa qualificação dos agentes públicos, carência de centros de referência e demora nos atendimentos. No mesmo documento, estão expostas 18 determinações para corrigir as falhas dos serviços municipais. São orientações duras, medidas a serem tomadas rapidamente. A mais rígida delas definiu que o Ministério Público firmasse Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com a Prefeitura, para garantir que todas as indicações do relatório sejam cumpridas.

Esse novo caminho vem dando resultados concretos. Especialistas no assunto elogiaram o trabalho da CPI, disseram termos feito uma investigação inédita, de referência em todo o país. Em obediência a uma das definições do relatório, o Orçamento de São Paulo para 2010 traz uma dotação nova, uma garantia de verba carimbada (ou seja, que não pode ser transferida) exclusivamente para as políticas de prevenção ao abuso sexual, para equipar melhor a cidade, para investimento na qualificação e no atendimento psicológico das vítimas.

O trabalho na CPI rendeu muitos frutos. Ano passado, distribuí uma cartilha para pastores paulistanos orientando-os a como proteger as crianças da sua igreja, do seu bairro, a como se engajar nessa luta. Mês passado, fui a Barcelona, na Espanha, para assinar protocolo de intenções entre a capital paulista e a cidade espanhola, definindo compromissos comuns para combate ao abuso sexual infanto-juvenil. Tudo isso a partir dessa premissa, a da criança como prioridade absoluta.

No Brasil, uma criança é abusada a cada oito minutos. Imagine! Uma imagem de pornografia infantil chega a valer U$ 3 mil nas redes de pedofilia na Internet. Em 71% dos casos de abuso sexual, o abusador é da própria família. E em apenas 6% de todos os casos de violência sexual no mundo o agressor é punido... Isso sem falar nos destinos abruptamente desviados por causa do abuso, nas vidas destruídas, nas famílias desagregadas.

Os custos financeiros associados ao abuso infantil, que consideram rendas futuras perdidas - devido à dificuldade de pleno desenvolvimento das crianças vitimadas - e despesas com tratamentos de saúde mental foram estimados em US$ 94 bilhões, em estudo norte-americano.

Certamente Jesus é diariamente aviltado com tamanha violência, mas, em vez de apenas lamentar e orar pelo acontecido, deveríamos nos perguntar o que fazer para mudar essa realidade. Sim, porque o Mestre não cobrará apenas pelo que foi feito aos pequeninos, mas também pelo que deixamos de fazer. Omissão pode ser crime.


CARLOS BEZERRA JR., pastor, médico, vereador de São Paulo e líder do PSDB. Relator da CPI “da Pedofilia” e do Enfrentamento à Violência Sexual Infanto- Juvenil (2009).

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Tesoureira da Universal é denunciada nos EUA



Segundo os promotores, ela teria apresentado informações falsas a bancos e ao governo americano a fim de obter mais de US$ 22 milhões (cerca de R$ 40 milhões) em empréstimos imobiliários em nome da Universal

Por Redação OGalileo

A Promotoria de Manhattan, em Nova York, ofereceu acusação formal contra Regina da Silva, de 41 anos, apontada como tesoureira da Igreja Universal do Reino de Deus.

Os crimes teriam ocorrido entre março de 2006 e outubro de 2008. Nas petições supostamente falsas, Regina indicaria que fiéis de duas igrejas - uma no bairro do Queens e outro no Brooklyn - teriam aprovado a obtenção das hipotecas junto aos bancos.

Os promotores afirmam que essas reuniões nunca ocorreram. A tesoureira vai responder por quatro crimes e, se condenada, pode pegar mais de 30 anos de prisão.

O advogados dela não foram localizados.

Com informações do Estadão /Yahoo





sexta-feira, 2 de julho de 2010

Lei vai obrigar vereadores a lerem a bíblia durante as sessões

A Câmara Municipal de Ibiúna, São Paulo, aprovou, por unanimidade, uma Lei que obriga que seja lido um trecho da Bíblia Sagrada em todas as sessões legislativas. O projeto é de autoria do vereador Ismael Pereira (PRB), que é evangélico. De acordo com o autor da proposta, a Bíblia é o livro mais lido do mundo, sendo fundamental para dar orientação espiritual durante a tomada de decisões. “Passamos por um momento difícil em nossa cidade e, nós que cremos em Deus, acreditamos que o problema seja espiritual. Sendo assim, tenho fé que lendo este livro Santo, muita coisa vai melhorar em Ibiúna. Nele a gente encontra força, conforto e os caminhos para enfrentar tudo em nossa vida”, explicou Ismael.

O vereador Paulinho Sasaki (PTB) ressaltou que realmente é um momento oportuno para buscarmos orientação em Deus. “A Bíblia realmente é muito importante na vida de todos nós. Parabenizo o vereador pela iniciativa. Agora vamos orar para que o nosso prefeito acorde e Ibiúna possa se desenvolver”, disparou Paulinho.

Fonte: Site Melodia

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Toca o shofar ai - Isto é apenas um comercial! Mas estou meio preocupado....

ATENÇÃO, ISSO É APENAS UM COMERCIAL JUDAICO!

Este vídeo não é incentivar o uso do Shofar, muito menos quer realçar o "poder do shofar"!

Já basta aqueles que acreditam que o Espírito Santo vem ou se manifesta após do toque do Shofar. Precisamos crescer!

sábado, 19 de junho de 2010

Conflitos afetam cristãos; pastor pede oração


QUIRGUISTÃO (49º) - Prisões e violência em que 124 pessoas morreram aconteceram em Osh, a segunda maior cidade ao Sul do Quirguistão. Osh fica próxima à fronteira com o Uzbequistão, e há um número de uzbeques vivendo na cidade. Centenas de uzbeques estão fugindo da região para buscar abrigo em seu país de origem.

Ainda não está claro o que gerou a violência, mas as tensões aumentaram na região desde a queda do presidente Kurmanbek Bakiyev. Quando ele foi retirado de seu cargo no dia 7 de abril de 2010, a área que o apoiava no sul se tornou o centro da instabilidade.

Entre a população do Quirguistão, os elementos a favor de Bakiyev organizaram uma força de resistência ao governo interino, invadindo escritórios do governo e levando como reféns os oficiais. A comunidade uzbeque é a favor do novo governo. A violência teve início em um conflito entre grupos do Quirguistão e do Uzbequistão.

Um dos pastores em Bishkek, capital do Quirguistão, enviou uma carta, pedindo oração pelas regiões no sul do país, e pelos cristãos que moram lá.

Ele escreveu:
“Todos os dias, eu converso com o pastor X ao telefone, e a situação é muito difícil. Além de tiroteios, estão acontecendo estupros e assassinatos. Todas as grandes lojas e supermercados foram roubados ou incendiados. Não há nenhum fornecimento de alimentos esses dias, então as pessoas comem o que têm em casa. Hoje, uma loja estava aberta, e ela vendia somente álcool.

Ninguém pode deixar a cidade. Todos que tentaram fugir foram impedidos nas fronteiras. Eles pedem que a pessoa volte para lutar pelo lugar em que vive.

Os moradores que tentam ajudar os uzbeques são punidos severamente. Ontem, o pastor X, com a ajuda de um casal cristão, transferiu a família de um pastor uzbeque em segurança. Quando o pastor X voltou para buscar o carro do pastor, uma gangue chegou, roubou as chaves e levou o carro.

Ele também conseguiu mudar a família de um missionário. Ele teve que voltar a pé para casa, pois os carros podem entrar no distrito mas não podem sair. O filho pequeno do missionário só sabe falar a língua uzbeque, e o faz muito alto, então eles tiveram que esperar a criança dormir para começarem a viagem. Louve a Deus porque o menino dormiu bem e eles conseguiram chegar a um local seguro.

Fomos informados sobre algumas mulheres cristãs que estão se escondendo no porão de uma casa. Ore para que nós possamos conseguir ajudá-las.

Ore também pelo pastor X e sua equipe; o carro dele já foi visto em vários lugares, e sua casa está abrigando cinco pessoas. Ore também para que essas mulheres consigam chegar a um local seguro com ou sem a ajuda de seus irmãos em Cristo.

E o mais importante: ore por paz no Quirguistão!”
Tradução: Missão Portas Abertas - www.portasabertas.org.br

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Veterano da fé - Entrevista por Carlos Fernandes na revita Cristianismo Hoje

Aos 80 anos de vida, o doutor Russell Shedd mantém-se como referência de integridade, conhecimento bíblico e vida cristã

Não é muito comum um líder religioso chegar aos 80 anos em plena atividade. Mais raro ainda é ter atravessado todo este tempo mantendo um ministério de visibilidade internacional.

Agora, privilégio mesmo é poder ostentar uma reputação inabalada e manter-se como referência de conhecimento bíblico e saber teológico em idade tão avançada. Pois Russell Philip Shedd entrou para o rol dos octogenários em 10 de novembro passado com todas essas características. Missionário de origem americana, ele está radicado no Brasil desde 1962.

Neste quase meio século, tem prestado decisiva colaboração à Igreja nacional, seja através de seus livros e trabalhos de cunho teológico, seja com suas pregações, conferências e palestras.
Shedd é um teólogo com grande preparo.

Com apenas 20 anos, graduou-se no Wheaton College, nos Estados Unidos. Ali, especializou-se em hebraico e grego – línguas bíblicas cujo conhecimento considera fundamental para uma correta interpretação das Escrituras.

Em seguida, tornou-se mestre em teologia e, mais tarde, doutor em filosofia e Novo Testamento pela Universidade de Edimburgo, na Escócia. Mas o saber não fez dele um acadêmico arrogante, desses que enxergam a divindade com a frieza dos livros.

“O conhecimento não enfraquece a fé; pelo contrário, auxilia o nosso relacionamento com Deus”, afirma. “E ainda produz muita dependência dele também”. Para manter a comunhão com Deus, a receita desse veterano da fé é simples: “Acordo todo dia antes das cinco da manhã. Assim, é possível dedicar uma hora ou mais à leitura bíblica e à oração.”

Com vinte livros publicados, Russell Shedd é muito conhecido no Brasil como fundador de Edições Vida Nova, casa publicadora especializada em obras teológicas pela qual lançou a Bíblia Vida Nova em 1977, abrindo o mercado para a popularização das versões de estudo das Escrituras Sagradas.

Foi também professor na Faculdade Teológica Batista de São Paulo durante 30 anos e pastor da Metropolitan Chapel, congregação fundada por ele na capital paulista, onde vive e permanece ligado à denominação Batista. Missionário jubilado, Shedd tem um padrão de vida simples, razão pela qual não aceita que o líder evangélico ostente riquezas.

“Não creio que o ensinamento do Novo Testamento favoreça em algum momento o ato de esbanjar ou gastar somas grandes para provar que Deus nos tem abençoado”, comenta.

O senhor tem um dos mais invejáveis currículos de formação teológica entre os líderes cristãos que atuam no Brasil. É difícil conciliar tanto conhecimento com a simplicidade de um relacionamento com Deus?

Não, não acho difícil. O conhecimento não enfraquece a fé; pelo contrário, auxilia o relacionamento com Deus. E produz muita dependência dele também.

De modo geral, como é o nível do conhecimento do crente brasileiro acerca de Deus e de sua Palavra?

Creio que um problema em diversas igrejas é a falta de ensinamento que explique mais detalhadamente a Bíblia toda. Por exemplo: quantos creem num inferno eterno? E muitos crentes têm uma aversão contra a soberania de Deus, tal como a Palavra ensina.

Em 1962, quando o senhor chegou ao país, o panorama religioso nacional era completamente diferente do de hoje. Faça um paralelo entre a situação espiritual que encontrou naquela época e o que se vê atualmente.

Uma das principais diferenças foi que, naquele início dos anos 1960, as igrejas tradicionais condenavam interpretações e práticas pentecostais, como dons de línguas, profecia e curas miraculosas. Tais manifestações eram consideradas quase como heréticas.

Hoje, as igrejas mais tradicionais tendem a condenar a teologia da prosperidade e os ensinamentos dos neopentecostais por falta de base bíblica. Os seminários proliferam, embora o ensino bíblico, em muitos casos, seja bastante superficial. E o interesse em missões continua sendo muito precário.


Então, apesar da haver mais seminários, o panorama do ensino teológico no Brasil não é bom?

Muitas igrejas montaram suas próprias escolas teológicas. Claramente, hoje temos muitas escolas sem professores treinados. O liberalismo teológico tem sido tirado de algumas escolas, enquanto em outras continua sendo uma opção que os alunos não têm habilidade para julgar ou avaliar.

A leitura de autores como Tillich e Bultmann pode dar a ideia de que não há muita diferença entre o liberalismo e ortodoxia. Um bom número de autores teológicos modernistas está aí, no mercado editorial. Ao mesmo tempo, há um crescente número de excelentes opções de autores que abraçam firmemente a inspiração plenária das Escrituras e a ortodoxia tradicional.

O reconhecimento dos cursos teológicos evangélicos pelo Ministério da Educação [tema tratado em reportagem nesta edição] pode ser uma solução?

Não acho que esse reconhecimento seja positivo, uma vez que os professores precisam adquirir graus de mestrado e doutorado, muitas vezes orientados por professores liberais. E a vantagem de fazer um curso reconhecido se perde na medida em que os pastores se tornam mais, digamos, profissionais.

Como um ex-editor, o que o senhor acha do segmento editorial evangélico hoje? A realidade do mercado sufoca a vocação ministerial?

Não há dúvida de que, se não existir um mercado editorial, as editoras não podem sobreviver. Claro, elas também têm de ter um caráter de missão, para poder escolher títulos que o povo precisa ler. É óbvio que há muitos títulos no mercado que acho de pouca importância, mas isso não quer dizer que não haja muitos leitores que buscam informação e encorajamento nesses livros. Existe também uma outra questão.

Algumas editoras evangélicas têm receio de publicar livros liberais, que poderiam destruir a fé dos leitores. Mas aquelas que publicam tais livros têm interesse no mercado e no aparecimento de outros autores “famosos”, mesmo que não sejam crentes evangélicos.

A popularização das Bíblias de estudo temáticas – como Bíblia da mulher, Bíblia das profecias, Bíblia dos pequeninos, Bíblia do executivo – tem beneficiado as editoras, que investem cada vez mais em novos lançamentos do gênero. Essa corrida pelo mercado é boa ou ruim?

Não acho ruim, uma vez que qualquer ajuda que o leitor recebe dessas bíblias somente poderia trazer benefícios. Não seria o caso se as notas fossem tendenciosas, oferecendo interpretações falsas.

Na diversidade de versões e edições que hoje existem da Bíblia, qual deve ser o parâmetro de escolha do crente em termos de fidedignidade?

O que importa é que a tradução escolhida não acrescente alguma ideia que o autor do original não tinha. Fidelidade na tradução sempre tem que reproduzir a ideia do original. Ela não pode incluir nem excluir algo que o texto hebraico ou grego diga.

O senhor é o presidente emérito de Edições Vida Nova, casa publicadora que ao longo dos anos tornou-se referência em obras de cunho teológico, e consultor da Shedd Publicações. Num mercado dominado por livros de cunho motivacional, a literatura teológica ainda encontra espaço?

Graças a Deus, sim. As vendas de livros publicados pelas Edições Vida Nova, bem como de Shedd Publicações, têm aumentado ano a ano, juntamente como o crescimento do público evangélico.

O que deve ser feito pelas editoras para que as obras de conhecimento teológico não sejam apenas livros de referência para professores e estudiosos, mas também tenham apelo para o crente comum, o membro de igreja?

Os editores estão de olho naquilo que vende. Eles sempre seguirão o que a pesquisa de mercado indica que será um sucesso. Mas para aproximar as obras teológicas dos leitores comuns será evidentemente necessário tornar esses livros mais populares. Por exemplo, os manuais bíblicos. Hoje existem manuais de todos os níveis.

Em seus livros O líder que Deus usa e A oração e o preparo de líderes cristãos, o senhor enfatiza a necessidade do caráter e do exemplo que o pastor deve dar às suas ovelhas. Qual sua impressão sobre a integridade pastoral hoje?

Infelizmente, temos ouvido sobre casos tristes de quedas de líderes no adultério, no nepotismo e na corrupção. Os pecados que destroem o ministério do líder muitas vezes são esquecidos pelas igrejas, que acham que o pastor é um homem de Deus e não deve ser demitido por um “tropeço”, especialmente se for um líder muito popular. A verdade é que sempre tivemos quedas de líderes durante a história, mas parece que a integridade deles hoje sofre desgaste maior.

Como evitar a excessiva vinculação da congregação a seu dirigente, de modo que a eventual queda do líder não represente um golpe inevitável na comunidade?

A queda de líderes muito proeminentes, isolados e sem o acompanhamento de bons auxiliares, torna-se um desastre para a igreja. Quando presbíteros e diáconos – ou seja, o segundo escalão na liderança da igreja – são muito responsáveis, acompanhando de perto o ministério do dirigente da congregação, é possível, em muitos casos, amenizar os efeitos de uma eventual queda.


Uma das expressões dessa concentração de poder nas mãos dos líderes é o uso de título eclesiais, como o de bispo ou apóstolo. Biblicamente, qual é a legitimação disso?

O ensinamento de nosso Senhor sobre a necessidade de humildade e disposição de servir deve nos advertir sobre o perigo de procurar alguma autoridade que deve ser unicamente de Cristo.

Não acho positiva a adoção de títulos que não sejam bíblicos. Bispo é um título bíblico, mas significa apenas “supervisor” e não alguém que domina a vida de outros líderes e pastores. Aliás, o único texto que menciona pastor humano no Novo Testamento é o de Efésios 4.11, onde o grego dá a entender que o pastor deve ser um mestre.

Já a nomenclatura apóstolo, a não ser em raros casos, refere-se às pessoas que Jesus apontou pessoalmente – razão pela qual Paulo argumenta, na sua primeira Epístola aos Coríntios, que viu o Senhor ressurreto e que Cristo apareceu para ele em último lugar. Já Filipenses 2.25 registra o termo “apóstolo” no original, fazendo referência a Epafrodito, que foi autorizado especificamente para levar os donativos da igreja de Filipos a Paulo. Logo, ele foi apóstolo da igreja de Filipos, tal como Barnabé e o próprio Saulo o foram da igreja de Antioquia.


Muitos dirigentes denominacionais justificam a própria opulência argumentando que a prosperidade financeira do líder é sinal da bênção de Deus. Isso tem base bíblica?

Não creio que o ensinamento do Novo Testamento favoreça em algum momento o ato de esbanjar ou gastar somas grandes para provar que Deus nos tem abençoado. Jesus mandou o jovem rico vender o que ele tinha para dar o produto aos pobres. Fica evidente que o Senhor é completamente contrário a que os líderes gastem dinheiro em luxo ou desnecessariamente.

O que faz um líder cair e ficar pelo caminho, transformando seu ministério em motivo de escândalo?

Creio que a falta de cuidado em buscar uma intimidade com Deus todos os dias, evitando a aparência do mal. Acredito que quedas ocorrem quando não achamos possível cair, ou quando ficamos seguros e até orgulhosos de nossa espiritualidade.


Quais têm sido as suas fontes de sustento ao longo desses anos todos?

Nós chegamos de Portugal em 1962, sustentados pela Missão Batista Conservadora. Ao longo desse tempo, igrejas e crentes da América do Norte enviaram suas ofertas missionárias para manter nossa família [Shedd é casado com Patricia e tem cinco filhos]. Hoje, esta entidade chama-se World Venture e continua sustentando missionários em muitos paises do mundo.

O nível de sustento é determinado pela missão de acordo com o custo de vida do país no qual o missionário vive. Desde janeiro de 2008, nossos recursos vêm do plano previdenciário Social Security e de uma aposentadoria fornecida pela própria missão. Não temos sofrido nenhuma falta.


Em sua opinião, por que entidades associativas de pastores e líderes, como a Associação Evangélica Brasileira (AEVB), enfrentam problemas de continuidade? Falta interesse dos pastores em participar desses movimentos associativos?

Vários motivos explicam a falta de interesse em entidades associativas. Poucos acham importante, ou de grande benefício, esse tipo de associação. A maioria dos pastores estão tão ocupados com seus programas, planos e ministérios que não acham que vale a pena contribuir e trabalhar para alguma entidade além da própria denominação.


Em quê o conhecimento das línguas bíblicas originais pode ajudar na prática da pregação?

A importância de estudo das línguas originais reside no fato de que através dele se pode explicar melhor o significado que certos termos e frases tinham quando o autor escreveu o texto bíblico.

A diferença entre as culturas bíblicas e a cultura ocidental em que vivemos hoje requer bastante cuidado para se entender a visão de mundo e os valores que regeram os escritos bíblicos. Além disso, as línguas originais ajudam chegar a conclusões mais seguras acerca do que dizem as Escrituras. Trabalhar com o texto original leva o pastor a pregar com mais cuidado e a poder afirmar: “Assim diz o Senhor”. Bons comentários também ajudam na tarefa de buscar o sentido do texto.

Essa falta de conhecimento é o motivo de tantas pregações superficiais?
Não é apenas isso. Imagino que os pastores e professores de Escola Bíblica Dominical não têm tempo ou muito interesse em examinar as Escrituras para saber de fato o que o autor queria comunicar. Preferem usar uma hermenêutica que recorre a alegorias sobre o texto bíblico. Assim, é possível dar uma interpretação muito diferente daquela que a Bíblia ensina.


Qual o tempo adequado para o preparo de uma mensagem consistente?

Varia muito. Alguns pregadores podem chegar à proposição, ou seja, ao ensinamento central do texto, com mais facilidade do que outros. Daí, procurar os argumentos dentro do texto que sustentem a proposição demora também.

O professor Karl Lachler, que lecionou muitos anos na Faculdade Teológica Batista de São Paulo, dizia que uma hora de estudo por cada minuto de mensagem parece exagerado… Porém, aquele que estuda e medita para chegar ao cerne da mensagem do texto, além de buscar os argumentos dentro do trecho escolhido que comprovem essa proposição, pode gastar bastante tempo.

Infelizmente, cuidado no preparo de mensagens que alimentem o rebanho e a realização de visitas para conhecer bem as vidas dos membros e confrontar aqueles que não estão obedecendo às ordens do Senhor têm sido práticas esquecidas em muitas igrejas. Pastores santos, crentes firmes na veracidade da Bíblia, com famílias ajustadas, que buscam ao Senhor com muita oração e fé, produzem igrejas de qualidade.


A Igreja contemporânea está sempre buscando novas formas de crescer, e muitas congregações recorrem a modelos empresarias de gestão e marketing. O que o senhor pensa de incorporação de tais elementos à obra de Deus?

Não tenho nada contra o crescimento das igrejas, desde que ele não ocorra em detrimento da qualidade da formação dos membros na imagem de Cristo, conforme preconiza o texto de Romanos 8.29.

Sou muito a favor do crescimento do número dos genuinamente convertidos e nascidos de novo. O problema surge quando, no interesse de aumentar o tamanho da igreja, deixa-se de lado a santificação dos membros. Ora, sem a santificação, conforme Hebreus 12.14, ninguém verá o Senhor! Ocorre que modelos de gestão eclesiástica não têm tido muito sucesso no discipulado e na formação de homens e mulheres de Deus.

Uma igreja muito grande pode ter dificuldades em integrar os fiéis num plano de crescimento espiritual verdadeiro. Com o aumento do número dos membros, é muito fácil perder os indivíduos de vista.

Além disso, numa igreja grande os crentes muitas vezes não se sentem responsáveis para servir, contribuir, discipular ou alcançar novos convertidos, especialmente se houver na comunidade líderes pagos para cumprir esse papel. Por outro lado, uma igreja grande tem recursos pessoais e financeiros para se comprometer com grandes projetos e muitos ministérios.


Então, qual deve ser o objetivo de uma igreja?

O alvo bíblico descrito em Colossenses 1.28 – proclamação, advertência, ensino com toda sabedoria e entendimento espirituais – é o objetivo que todo pastor e igreja devem considerar como prioridade.


Na sua opinião, a mídia eletrônica é um bom púlpito?

A televisão pode, sim, ser um bom canal para se explicar o Evangelho. Mas ela tem sérias deficiências também: as pessoas não são discipuladas se não se tornam membros ativos da família de Deus. Um compromisso muito sério com uma igreja local que ensine a Palavra de Deus com autoridade é o caminho do discipulado e do crescimento espiritual.


De alto de sua experiência, o que o deixa preocupado em relação ao futuro da Igreja brasileira?

A minha preocupação se concentra na qualidade espiritual da liderança e dos membros das igrejas. É assustador ver a quantidade de divórcios que ocorrem hoje entre casais evangélicos e a falta de integridade por parte dos líderes. Também fico muito preocupado com a proliferação de ensinamentos que não são bíblicos, como a teologia da prosperidade, que nega a necessidade de o crente negar-se a si mesmo, tomar a sua cruz e seguir a Jesus.


Qual a sua compreensão acerca do que seja um avivamento?

O avivamento tem algumas evidências. Uma delas é quando o Senhor e sua Palavra têm mais importância do que o dinheiro ou qualquer outra coisa material. Avivamento cria arrependimento profundo pelos pecados cometidos e muita alegria no Senhor ao reconhecer seu perdão. Para uma Igreja avivada, o evangelismo se torna algo natural e as missões transculturais, uma prioridade, uma vez que Jesus mandou seus servos fazerem discípulos de todas as nações.


Logo, ao contrário do que se diz, a Igreja brasileira hoje não experimenta um avivamento?

Não acredito que o que acontece hoje, com o rápido crescimento da Igreja, seja um avivamento de verdade. O que eu vejo é que falta temor do Senhor, arrependimento profundo e interesse por missões.


O senhor é filho de missionários americanos que aqui chegaram na primeira metade do século passado, época em que obreiros estrangeiros tinham grande influência no Brasil. Hoje em dia, sendo o país uma potência evangélica, ainda há espaço para eles?

De fato, a influência de missionários estrangeiros aqui é cada vez menor. Mas ainda há áreas em que obreiros vindos de fora poderiam ser úteis, como no preparo para as missões transculturais. O treinamento em determinadas áreas, como antropologia, linguística e informação acerca de povos não alcançados continua sendo uma área em que os missionários estrangeiros podem ser muito úteis à Igreja brasileira.


Pode-se dizer que já existe uma teologia genuinamente nacional?

Creio que teologia nacional, brasileira, seria aquela alicerçada em nossa história e cultura. Não acho que poderia encontrar uma visão como essa bem divulgada no Brasil. Ainda há muita dependência dos livros estrangeiros e de modelos de igrejas que tendem a copiar o que se faz em outros países.

Do que o senhor sente falta na Igreja de hoje e que já viu em outros tempos?

De um lado, mais ensino da Palavra, mais preocupação com santificação e mais investimento em missões transculturais. De outro, uma Escola Dominical mais forte, uma hinologia alicerçada na teologia bíblica e mais livros de ensino sério.

terça-feira, 1 de junho de 2010

IGREJA: O LUGAR - Pr. Ariovaldo Ramos

Igreja é um lugar onde o Pai se sente em casa

Onde é adorado pelo que é e não pelo que pode

Onde é obedecido de coração e não por constrangimento,

Onde o seu reino é manifesto no amor, na solidariedade, na fraternidade e serviço ao outro,

Onde o ser humano se perceba em casa e seja a casa de Deus e do outro,

Onde Jesus Cristo é o modelo, o desejo e o caminho,

Onde a graça é o ambiente, o perdão a base do relacionamento e o amor a sua cimentação.

Onde o Espírito Santo está alegre pela liberdade que desfruta para gerar e expressar a Cristo,

Onde Ele vê os seus dons serem usados para edificar, provocar alegria e servir ao próximo,

Onde todos andam abraçados,

Onde a dor de um é a dor de todos,

Onde ninguém está só,

Onde todos têm acesso ao perdão, à cura de suas emoções, à amizade e a ser cada vez mais parecido com Cristo,

Onde os pastores são apenas ovelhas-exemplo e não dominadores dos que lhes foram confiados,

Onde os pastores são vistos como ovelhas-líder e não como funcionários a serem explorados.

Onde não há gente nadando na riqueza enquanto outros chafurdam na miséria,

Onde há equilíbrio, de modo que quem colheu demais não esteja acumulando e quem colheu de menos não esteja passando necessidades.

Enfim, a comunidade do reino de Deus,

Onde aparece a humanidade que a Trindade sonhou,

Onde a cidade encontra paradigmas.

Onde o livro texto é a Bíblia.

segunda-feira, 31 de maio de 2010

A História do Nosso Redentor - Com muita criatividade...

História contada por Robério, o contador de causo, no encontro dos evangélicos da área de saúde da grande Recife, realizado na Igreja Presbiteriana das Graças, promovido pelo Ministério Sal da Terra

Assista e preste atenção...


domingo, 23 de maio de 2010

Banda gospel do Bope leva paz às comunidades cariocas - Por Sheila Bastos

Tropa de Louvor é o grupo formado por membros do Batalhão de Operações Especiais, que realiza shows-cultos e se apresenta com a arma na cintura e a Bíblia na mão direita

'Se queres a paz, prepara-te para guerra'.

A frase estampada em latim na parte de trás da camisa preta é o aviso que os integrantes da Tropa de Louvor deixam por onde passam. A banda gospel é formada por membros dos Caveiras de Cristo, policiais evangélicos que integram o Batalhão de Operações Especiais (Bope).

A Tropa realiza cultos-shows nas comunidades pacificadas e cria uma nova vertente de comportamento, por vezes contraditório, na unidade em que seus homens são treinados para matar.

“Deus está neste lugar”, diz o sargento do Bope e pastor da Igreja Assembleia de Deus Carlos Mello, para um grupo de 200 pessoas, entre eles pastores e padres, no culto-show do Borel, no sábado à tarde.

Com a tradicional farda do Bope, o emblema da caveira no braço esquerdo e a Bíblia na mão direita, ele conta seus testemunhos de conversão e convida os moradores para uma tarde de louvor: “Estamos aqui trazendo a palavra do Senhor”.

O público, tímido no início, não demora a se acostumar com a cena do palco: um coral de homens de preto, com coldres e armas na cintura, cantando e orando.

A quadra da Escola de Samba Unidos da Tijuca se transforma então numa espécie de templo evangélico dos Caveiras de Cristo. No culto, animado pela Tropa de Louvor, a interação com os moradores é mantida o tempo inteiro.

Além dos momentos de cura e libertação, a banda abre para o plateia um espaço para uma espécie de show de calouros evangélico. Neste momento vale tudo: alguns anunciam o CD que será lançado, outros cantam funk-gospel e ainda há os que aproveitam para prestar depoimentos como o de uma ex-alcoólatra.

“É a primeira vez que os vejo. Estou realmente surpresa. Desmistifica aquela imagem do Bope nos lugares com o Caveirão e para matar”, disse a auxiliar de creche, Andréia Cristiane de Albuquerque, 34 anos.Público cresce a cada apresentaçãoA favela do Borel, na Tijuca, foi a quarta comunidade com Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) em que a Tropa de Louvor se apresentou — e a que atraiu o maior número de fiéis, cerca de 200.

Na primeira tentativa de aproximação do grupo com moradores, no Pavão-Pavãozinho, em Copacabana, apareceram 20 pessoas. No segundo culto, na Ladeira dos Tabajaras, foram 30 moradores. E no Morro da Providência, na Gamboa, eram apenas 10 pessoas.

“Não soubemos convidar os moradores”, admitiu o sargento do Bope, Max Coelho.Prova de que o culto organizado pelo Bope é marcado pelo diferencial está na plateia: lado a lado padres e pastores rezam de mãos dadas.

“Isso aqui traz esperança”, diz o padre da Paróquia São Camilo, na Tijuca, José Patrício de Souza, 63 anos. Para o bispo da Igreja Evangélica Pentecostal Salvação por Cristo, Antonio Ferreira, 75 anos, o culto não é para falar de religião: “Estamos aqui para unir pessoas”.

Bope

O Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) é a Força de Intervenção da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro. Fundado em 19 de Janeiro de 1978, atualmente possui um efetivo de policiais especializados em operações de combate ao crime em áreas de alto risco e resgate de reféns.

Com informações do Odia / Bope/ Site O Galileo

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Pastores voadores - Artigo da revista Cristianismo Hoje.

Desafiando a crise, líderes evangélicos brasileiros investem na compra de aviões particulares

Dizem que um homem pode ser medido pela grandiosidade dos seus sonhos. Se é mesmo assim, um seleto grupo de ministros do Evangelho anda sonhando alto – literalmente.

Dizem que um homem pode ser medido pela grandiosidade dos seus sonhos. Se é mesmo assim, um seleto grupo de ministros do Evangelho anda sonhando alto – literalmente. Desde o ano passado, diversos pastores brasileiros andam cruzando os céus em aviões próprios, um luxo antes somente reservado a altos executivos, atletas milionários e sheiks do petróleo.

A justificativa para as aquisições, algumas na faixa das dezenas de milhões de dólares, é quase sempre a mesma: a necessidade de maior autonomia e disponibilidade para realizar a obra de Deus, o que, no caso dos grandes líderes, demanda constantes deslocamentos pelo país e exterior a fim de dar conta de pregações e participações em palestras e eventos de todo tipo. Eles realmente estão voando alto.

O empresário e bispo Edir Macedo, dirigente da Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd) tem feito a ponte aérea Brasil – Estados Unidos a bordo de um confortável Global Express, avaliado no mercado aeronáutico por US$ 50 milhões (cerca de R$ 85 milhões).

Para comparar, o preço é semelhante ao do Rafale, o caça-bombardeiro francês que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sonha comprar para as Forças Armadas brasileiras. Equipado com sala de estar, dois banheiros, minibar e lavabo, além de um confortável sofá, o jato permite deslocamentos dos mais confortáveis até os EUA, onde Macedo mantém residência, e tem autonomia suficiente para levá-lo à Europa ou à África.

O Global, adquirido em setembro numa troca por um modelo mais antigo, veio juntar-se à frota da Alliance Jet, empresa integrada ao grupo Universal e que já possuía um Falcon 2000 e um Citation X, juntos avaliados em 40 milhões de dólares.

Edir Macedo justifica o uso de aviões particulares dizendo que precisa levar a Palavra de Deus pelas nações onde a igreja atua, que já são mais de 120, e também para evitar transtornos aos passageiros dos aviões comerciais, pois sua pessoa costuma atrair muita atenção da mídia. Pode haver também outros motivos.

Foi em voos particulares que a Polícia Federal descobriu, em 2005, que deputados e empresários ligados à Iurd transportavam dinheiro em espécie, no episódio que ficou conhecido como o caso das malas.

Os valores, explicou a igreja na época, teriam sido arrecadados nos cultos e eram transportados dessa maneira por questão de segurança e praticidade até São Paulo e Rio de Janeiro, onde a denominação tem sua administração.

Já o missionário R.R.Soares, mais discreto que o cunhado Macedo, não fez alarde da aquisição do turboélice King Air 350, em novembro, fato noticiado pela revista Veja.. Avaliado em cerca de R$ 9 milhões, a aeronave transporta oito passageiros.

Como tem uma agenda das mais apertadas, Soares viaja praticamente toda semana pelos mais de mil templos que sua Igreja Internacional da Graça de Deus tem no país, além de realizar cruzadas e gravar programas diários para a TV.

Ele realmente tem pensado alto: a igreja também mantém parceria com a empresa de aviação Ocean Air, através da qual um percentual sobre cada passagem comprada por um membro da Graça reverte para a denominação.

“Conquista” – O que chama a atenção no aeroclube dos pastores são as justificativas espirituais para a compra das aeronaves. Renê Terra Nova, apóstolo do Ministério Internacional da Restauração em Manaus (AM) e um dos grandes divulgadores do movimento G12 no Brasil, conta que o seu Falcon é fruto de profecias de grandes homens de Deus como o pastor e conferencista americano Mike Murdock.

Em abril de 2009, durante um evento em que ambos estavam, Murdock incentivou uma campanha de doações a fim de que Terra Nova pudesse realizar seu “sonho”. Após chamar Terra Nova à frente, ele mesmo anunciou que ofertaria R$ 10 mil reais, atitude logo seguida por dezenas de pessoas.

O avião foi comprado em julho. Dizendo-se “constrangido” com a atitude, Terra Nova admitiu que aquele era seu desejo e que se submetia ao que considerava a vontade de Deus.

“O Senhor é testemunha que este avião não é para vaidade, mas para estimular que outros ministérios a que também tenham aviões e, juntos, possamos voar para as nações da terra, pregando o evangelho de Jesus. Assim está estabelecido”, diz o líder em seu site.

“Conquista” e “resultado da fé” também foram as expressões usadas pelo pastor Samuel Câmara, da Assembleia de Deus de São José dos Campos (SP), para comemorar a compra de seu King Air C90, de quatro lugares.

O religioso, que durante anos liderou a Assembleia de Deus em Belém (PA) – onde montou a Rede Boas Novas, conglomerado de rádio e TV que cobre vinte estados brasileiros –, se diz muito grato a Deus pela bênção, avaliada em R$ 8,5 milhões. Ele espera juntar-se a outros líderes para montar “uma esquadrilha de aviões para tocar o mundo todo”.

Ano passado, Câmara também esteve no noticiário pelas denúncias que fez contra supostas irregularidades nas eleições para a presidência da Convenção Geral das Assembleias de Deus (CGADB).

Mas a aquisição aérea que mais chamou a atenção, dentro e fora do meio evangélico, foi concretizada pelo famoso pastor e apresentador de TV Silas Malafaia, da Assembleia de Deus da Penha, no Rio.

Possuir uma aeronave própria era um objetivo anunciado pelo líder já há algum tempo, inclusive em seu programa Vitória em Cristo, um dos campeões de audiência na telinha evangélica. Além dos insistentes pedidos por ofertas para manter-se no ar, Malafaia constantemente tocava no assunto avião em suas falas.

O empurrão que faltava foi dado pelo pastor americano Morris Cerullo, outro profeta da prosperidade proprietário de um luxuoso Gulstream G4. Num dos programas, levado ao ar em agosto, Cerullo admoestou os telespectadores a desafiar a crise global e participar de uma campanha de doações ao colega brasileiro – um chamado “desafio profético”, no valor de 900 reais, estipulado graças a uma curiosa aritmética que associava a cifra ao ano de 2009.

Aparentemente surpreso, Silas Malafaia assentiu com o pedido. Não se sabe quanto foi arrecadado a partir dali, mas o fato é que em dezembro o pastor anunciou que o negócio foi fechado por cerca de US$ 12 milhões, cerca de 19 milhões de reais. Trata-se de um jato executivo modelo Cessna com pouco uso.

Um “negócio espetacular”, na descrição do próprio. Bastante combatido pela maneira ostensiva com que pede ofertas para seu ministério, o pastor Malafaia, que dirige também a Editora Central Gospel, recorre à consagrada oratória para se defender:

“Quem critica não faz nada. Você conhece alguma coisa que algum crítico construiu? Crítico é um recalcado com o sucesso da obra alheia.”


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quarta-feira, 5 de maio de 2010

Bíblia ganha versão para deficientes visuais


Sancionada em dezembro de 2003, a lei 13.696, do vereador Carlos Bezerra Jr., começou a ser posta em prática: na semana passada, pela primeira vez, um exemplar da Bíblia Sagrada em Braille foi disponibilizado em biblioteca pública no Brasil.


Em obediência a legislação do parlamentar, por meio da Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida, a Biblioteca Louis Braille, no Centro Cultural de São Paulo, recebeu três unidades do velho e do novo Testamentos em sistema de leitura pelo tato.“É uma vitória inédita. A Bíblia é o livro base da cultura ocidental e o acesso a seu conteúdo tem de ser universal. Agora, também os cegos poderão conhecê-la por si próprios”, afirmou Bezerra Jr.

Até o momento, três exemplares do livro estão sendo oferecidos ao público na biblioteca do Centro Cultural.“Ainda há muito a conquistar.
Pela lei, toda biblioteca pública aqui de São Paulo terá de disponibilizar as Escrituras em Braille.

Porém, não escondo a alegria que senti ao saber que, após anos de trabalho e de busca de soluções para tornar essa iniciativa possível, a Bíblia finalmente estava disponível para esta parcela dos portadores de necessidades especiais”, comemorou o vereador.

O jornal Diário de São Paulo, em matéria de domingo, 2/5, assinada pela repórter Mariana Zylberkan, deu destaque à ação. De acordo com a reportagem, até o fim do ano, outras quatro bibliotecas públicas da cidade receberão exemplares da Bíblia em Braille.

sábado, 1 de maio de 2010

Câmara belga aprova proibição do véu islâmico em lugares públicos

A Câmara baixa do Parlamento da Bélgica aprovou nesta quinta-feira uma lei que proíbe do uso do véu islâmico que cobre o rosto em locais públicos.

A lei ainda precisa ser ratificada pelo Senado, mas, caso entre em vigor, a Bélgica pode se tornar o primeiro país da União Europeia a considerar crime o uso desse tipo de vestimenta.


A medida torna proibido circular “em locais públicos com o rosto coberto ou dissimulado total ou parcialmente, de maneira que não seja identificável”.

Segundo o relator da proposta, Daniel Bacquelaine, do partido liberal francófono MR, o principal alvo da medida são os véus islâmicos como a burca, que cobre todo o rosto, e o niqab, que deixa apenas os olhos descobertos.

As penas previstas para os infratores variam de multas de entre 82,50 e 137,50 euros (R$ 189 e R$ 315) e, em casos de reincidência, estão previstas detenções que podem durar entre um e sete dias.

O uso do véu seria proibido em ruas, lojas e edifícios públicos, com exceção apenas de festividades permitidas pelas autoridades, como desfiles de carnaval, o que dá à interdição uma abrangência inédita.

Algumas cidades belgas já contam com leis locais que proíbem o uso de acessórios que cobrem o rosto do cidadão, mas a interdição se limita a escolas ou a edifícios da administração pública.


Orgulho

A iniciativa foi aprovada com apenas duas abstenções, num consenso incomum em um país que está há uma semana sem governo devido a uma crise política que opõe suas duas comunidades linguísticas.

“É um motivo de orgulho que nosso pequeno país seja o primeiro da Europa a dar esse passo”, afirmou o deputado flamenco Georges Dallemagne, do partido democrata-cristão CDH.

“A imagem de nosso país no exterior é cada vez mais incompreensível. Mas, pelo menos em relação à unanimidade deste Parlamento em torno do voto (sobre a lei) que proíbe (o uso em público de) burca e niqab, há um elemento de orgulho em ser belga”, confirmou o deputado Denis Ducarme, do partido francófono MR.

“Esperamos ser seguidos por França, Suíça, Itália, Holanda, os países que fazem uma reflexão”, completou.

O governo francês, que há meses debate o tema, pretende apresentar à Assembleia Nacional uma proposta de lei similar no início de julho.

O Senado belga deve agora ratificar o projeto em um prazo de 15 dias. A casa não tem autoridade para derrubar a matéria, só para sugerir mudanças.

No entanto, dada a atual situação política da Bélgica, há risco de que todas as câmaras do Parlamento sejam dissolvidas em breve, o que faria com que a iniciativa seja arquivada à espera de um novo governo.