segunda-feira, 25 de maio de 2009

AS APARÊNCIAS ENGANAM - Por Américo Grande

Os cristãos parecem especialmente vulneráveis quando se trata de comparação. Por que os cristãos comparam tanto? Por algum motivo que não consigo discernir claramente, nos constrangemos com as diferenças.
Preferimos a igualdade, a previsibilidade, interesses comuns. Se alguém pensa de modo diferente, usa roupas diferentes, tem gosto e opiniões diferentes, ou gosta de um estilo de vida diferente, a maioria dos cristãos discorda ou até se "escandaliza".

Damos muito peso às coisas exteriores e importância às aparências, e não à individualidade e variedade. Normalmente pensamos que o que é bom para nós também é bom para os outros. Nossas atitudes, comportamento, escolhas, gostos, sempre são os melhores, e os demais têm que se assemelhar aos nossos, senão estão errados ou até em pecado.

Gostaria de dizer que fazer comparações e principalmente se ater às aparências, enganam. Mateus 7:21 diz: 'Nem todo que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus."

Às vezes nós matamos espiritualmente ou dificultamos a caminhada de muitos por causa dos nossos preconceitos. A bíblia é um livro de regras gerais que são comuns a todos, mas também é um livro de regras pessoais ou individuais, por isso Paulo disse : I Coríntios 6:12: "Todas as coisas me são permitidas, mas nem todas me convêm. Todas as coisas me são permitidas, mas não me deixarei dominar por nenhuma delas." Cada um conhece a si mesmo, seus pontos fracos e suas virtudes, ninguém é igual ao outro.

Vou resumir um acontecimento na vida do pastor Swindoll, que ele narra em seu livro “O Despertar da Graça".: Certa vez ele estava em um congresso para casais, palestrando por alguns dias, quando um fato chamou sua atenção.

Ele percebeu que havia um casal participante desse evento onde o marido raramente estava com a esposa no auditório, e quando estava presente ele cochilava nas ministrações. Certamente o pastor Swindoll pensou, essa é mais uma daquelas esposas que se interessam por Jesus, mas o marido não quer nada com nada. Pois bem, no último dia do evento o pastor estava se preparando para sua última preleção quando esta mulher veio em sua direção.

Ele imediatamente pensou, com certeza essa irmã vem reclamar do marido, porque ela é uma serva fiel, compromissada e ele não tem muito interesse.

Quando esta se aproximou, cumprimentou o pastor e lhe trouxe os agradecimentos do marido pelo final de semana abençoado que ele tivera.

O pastor não entendeu absolutamente nada mas perguntou. Ele gostou mesmo, porque raramente eu o vejo com a senhora, e quando percebo que estão juntos ele sempre está cochilando. Foi quando veio à surpresa do julgamento pela aparência.

A esposa disse: Pastor, meu marido é canceroso e está em fase terminal, ele não tinha a mínima condição de estar aqui, e eu estou aqui porque ele insistiu muito para que viéssemos.

Ele não pôde estar presente em todas as palestras por causa das dores e também por causa da morfina que ele toma diariamente, por isso quando ele está presente às vezes ele dorme. Mas todas as vezes que ele não esteve presente me fez contar tudo o que o senhor tinha ensinado. E também pediu para dizer-lhe que agora Deus pode recolhê-lo porque está muito feliz e apesar das circunstâncias sente muita paz.

Agora imaginem onde o queixo do pastor foi parar?

Alguns versículos para reflexão: I Samuel 15:22 onde diz que obedecer é melhor que sacrificar. Por quê? Por que muitas vezes os sacrifícios são aparentes!

Isaías 64:6 onde diz que os nossos atos de justiça são como trapos de imundícia. Por quê? Por que a maioria dos nossos atos são alicerçados na aparência (nenhum deles sequer se compara à justiça divina).

Joel 2:13 onde diz rasgai o vosso coração e não as vossas roupas. Por quê? Por que roupa significa exterior e toda mudança genuína brota de dentro, do coração!


Lucas 15:1,2 diz: Todos os pecadores e publicanos se aproximam de Jesus para ouví-lo. Os fariseus e escribas murmuravam: Este recebe pecadores e come com eles. Quando a bíblia diz pecadores, estão inclusos todos os tipos de pessoas marginalizadas como os pobres, viúvas, prostitutas, doentes, indigentes, os rejeitados em geral.

Uma pergunta: No caso de Jesus nós teríamos coragem de dizer que a aparência do mal também é pecado? Porque, note com que tipo de pessoas Jesus se relacionava. E se um fato semelhante acontecesse com algum de nós? Resposta........... Onde quero chegar com tudo isso?

É simples, nós somos sempre avaliados pelo que fazemos e pela aparência (do que fazemos), e não pelo que verdadeiramente somos. Às vezes erramos, nos entristecemos e nos arrependemos, por que absolutamente ninguém é perfeito, mas também acertamos, nos sentimos bem e estimulados a continuar. Exceções à parte há aqueles que nunca erram, mas eu imagino como deve ser difícil manter as aparências.

Imaginem a respeito do que o apóstolo Paulo estava falando (além de outras coisas) quando ele diz : o amor seja não fingido-Romanos 12:9.

O evangelho de João 7:24 também diz: não julgueis segundo a aparência, mas sim conforme a justiça. Ainda bem que Deus não vê como o homem vê (I Samuel 16:7). A propósito quero dizer àqueles crentes que se sentem rejeitados, discriminados, deixados de lado e até esquecidos.

Quem os rotulou de santos e justos não foi homem nenhum, nem um príncipe, nem um rei, nem um presidente e nem um monarca, mas o próprio Deus quando nos atraiu na cruz do Calvário e nos transformou em seus filhos e herdeiros.

No céu haverá muuuitas surpresas, por que as aparências enganam.......

Que Deus os abençoe!

Pr. Américo

Contato com o Pr. Américo Grande : americo_grande@hotmail.com

Perfil - Américo Grande

Pr. Américo Grande é pastor, teólogo, diretor e professor do seminário teológico e apologético IECP, escreve para alguns blogs evangélicos. Ministra em diversas igrejas.

Contato com o Pr. Américo Grande - e-mail: americo_grande@hotmail.com

segunda-feira, 18 de maio de 2009

O caminho da renúncia - Uma reflexão sobre a Igreja Empresa - Por Alexandre Farias



O apóstolo Paulo ganhou muitas almas, mas foi preso, espancado, perseguido e precisava trabalhar para se manter. Seu ministério, hoje em dia, seria considerado próspero?

De uns tempos para cá, a vocação pastoral tem se transformado em mais uma opção profissional. Foi-se o tempo em que as escolas teológicas atraíam gente disposta a abraçar um ministério que significava desprendimento, sacrifício e, não raro, a renúncia a uma série de outras oportunidades. Hoje, boa parte dos calouros dos seminários está mais interessada em tornar-se uma espécie de empresário do sagrado.

A cada dia, a visão marqueteira e a busca do lucro já estão influenciando até mesmo no chamado pastoral. A preocupação com a manutenção da ”“igreja-empresa" tem sido levada em conta até na escolha dos novos candidatos ao ministério.

Qualidades como carisma pessoal, dinamismo, capacidade gerencial, eloqüência verbal e iniciativa estão sendo mais valorizadas na escolha da mão-de-obra pastoral do que humildade, espiritualidade e temor a Deus.


Tal motivação já atingiu até mesmo líderes e pastores que estão na caminhada do Evangelho há muitos e muitos anos. O que deveria ser examinado é o exemplo de vida, o testemunho e a unção, mas o que estamos presenciando é a elevação de homens ao púlpito pelas suas habilidades que trarão lucro aos caixas sagrados.


A adesão missionária ao serviço do Senhor tem sido substituída por outro tipo de acordo – um pacto de conveniências, uma espécie de contrato de trabalho que pode durar a vida inteira ou alguns poucos meses. O sujeito permanece ali enquanto conseguir manter sua cota de arrecadação. Se o planejamento econômico não for cumprido, nada feito.


Dentro desta visão, o futuro pastor precisa se preocupar em render mais no material do que no espiritual. O candidato ao cargo de ministro da Palavra é privado de pensar, questionar ou dar opiniões, já que o líder supremo da instituição é considerado perfeito, à semelhança do mito da infalibilidade papal.


Este modo de agir está sendo adotado em diversos círculos evangélicos e se estende a todos que estiverem sob sua influência. Se o membro um dia quiser chegar a pastor, bispo, apóstolo, arcanjo, serafim ou semideus, só tem um caminho: obedecer sem questionar.


O direito de opinar ou pensar está fora da revelação divina recebida pelo dono da igreja. Ao membro, só resta a aceitação. Nada de explicações sobre os métodos empregados ou sobre o que se fala do púlpito. Muito menos transparência financeira e administrativa.

Já imaginou se o apóstolo Pedro, caso vivesse hoje, fosse candidato ao ministério?

Provavelmente, teria sido imediatamente excluído por ter traído o seu pastor, sem direito a defesa ou a uma segunda chance. E jamais ouviria de seu líder: “Tu me amas? Então, apascenta as minhas ovelhas”.


E Paulo? Será que seu ministério, hoje, seria considerado próspero? Ele ganhou muitas almas, mas não levou vida confortável. Foi preso, espancado, perseguido. E ainda por cima tinha de trabalhar para se manter, pois não queria ser um peso para os irmãos. Quantos evangelistas do nosso tempo têm tal desprendimento?

É claro que muitos e muitos ministérios contemporâneos têm como único objetivo proclamar o Reino de Deus e fazer a vontade do Pai, anunciando o Evangelho com honestidade e fazendo discípulos.


Existem igrejas que investem nos seus futuros obreiros pensando apenas nas almas que serão salvas e libertas do pecado, pois o plano do Senhor sempre foi a salvação do homem. Diz a Palavra: “Chorem os sacerdotes, ministros do Senhor, entre o alpendre e o altar, e digam: ‘Poupa a teu povo, ó Senhor, e não entregues a tua herança ao opróbrio, para que os gentios o dominem; porque diriam entre os povos: onde está o seu Deus?’”

Graças a Deus, ainda sobram os remanescentes, aqueles que buscam a verdade, o perfeito e simples Evangelho de Cristo, sempre tendo a esperança maior no Senhor e dizendo como o profeta Habacuque: “Porque ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; ainda que decepcione o produto da oliveira, e os campos não produzam mantimento; ainda que as ovelhas da malhada sejam arrebatadas, e nos currais não haja gado; todavia eu me alegrarei no Senhor; exultarei no Deus da minha salvação”.

Se no mundo existisse apenas um pecador, ainda assim Jesus teria deixado a sua glória e morreria por apenas aquela alma. Mas nós, servos e ministros do Senhor, estamos dispostos a deixar tudo para alcançar uma única vida?

Este artigo saiu na revista Eclésia do mês de Março de 2005, mas ele parece que foi escrito ontem...


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Perfil do Pr. Alexandre Farias

Pr. Alexandre Farias é pastor, diretor do Seminário Teológico e Apologético IECP, bacharel em Teologia - Faculdade Metodista Livre/ Dr. Walter Martins, apologista pela Faculdade Dr. Walter Martins, consultor Teológico pelo Instituto Cristão de Pesquisa e está cursando o 2ª. de Filosofia na Universidade Metodista do ABC. Participa de seminários pedagógicos e palestra na área teológica e apologética. Ministra em diversos congressos, seminários e igrejas que oconvidam sem custo algum.

Meu currículo acadêmico:
http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.jsp?id=K4449230T9


Escreve para diversos periódicos cristãos e participa de diversos programas de TV e rádio como teólogo e apologista cristão.



Programas de TV que já participou:

· Boa Noite Brasil – Rede Bandeirantes
· Sabadaço – Rede Bandeirantes
· Programa Vejam só – RIT TV
· Programa Ponto de Vista / Com. Da Graça – Rede Gospel.


Revista, jornais e sites que já publicaram e publicam seus artigos e matérias
· Revista Defesa da fé
· Revista Eclésia
· Revista Comunhão
· Jornal Espada da Fé
· Jornal Boas Novas
· Jornal restauração
· Bibliaworld
· Jesusite
· Centro Apologético Cristão de Pesquisa – CACP
· Cade Cristo
· Atos dois
· Bíblia Comentada
· Eterno Jesus
· Igreja Batista da Lagoinha
· Melodia
· Instituto teológico Carisma
· Ultimas Noticias jp
· Portal Comunhão
· Jeová Nissi
· VIVOS
· Reflexões diárias
· Espada
· Igreja Batista Nacional de Vilhema
· Desafio jovem de santos
· To de olho

Não é possível colocar todos os sites que o Pr. Alexandre Farias tem artigos e matérias publicadas.

Uma informação importante: O Pr. Alexandre Farias não cobra para ministrar, palestrar ou pregar.

O pastor mesmo responde esta questão: “O Evangelho não pode ser levado como cabide de emprego, ele não pode servir de sustento e oportunidade para cobrar qualquer valor. Eu sei que existem pregadores que cobram valores exorbitantes, bandas com cachês absurdos e ainda exigem recepção e acomodação em hotéis de cinco estrelas. Isto é explorar o povo para dar aquilo que nem ele mesmo consegue conhecer pela sua sabedoria. Se não for o Espírito Santo ensinar e ministrar em sua vida, ele é apenas lata vazia. Agora, pergunto a todos os pregadores que cobram cachê: O Espírito Santo cobrou alguma coisa para ensinar ou revelar a Palavra de Deus? Acredito que a igreja que tem condições deve ofertar no ministério do palestrante ou ministrador. Não é pecado aceitar uma oferta, mas é pecado cobrar para levar aquilo que Deus deu de graça. É claro que se a pregação for fora do lugar que o pastor mora, a igreja deve arcar com as despesas necessárias do transporte e a acomodação.”




Contato com o pastor Alexandre Farias:
e-mail:
restauravida@uol.com.br