terça-feira, 28 de julho de 2009

VALE TUDO para conseguir novos membros - Por Pr. Alexandre Farias

Quando li a noticia na internet e nos jornais de São Paulo (a notícia na integra no final do meu desabafo) que uma igreja conhecida pelo seu trabalho apostólico montou um ringue dentro da igreja, no templo, para promover um campeonato de Vale Tudo, eu imaginei que era uma piada de mau gosto, uma noticia sem fundamento da mídia, uma perseguição ou qualquer brincadeira de um jornalista ateu.

Eu torci para que fosse uma das alternativas acima, mas não era!Eu até imaginei que seria uma brincadeira, mas infelizmente, não era.
Que idéia mais tosca e repugnante de evangelização!

O meio evangélico já sofre com tantos escândalos, é dinheiro na cueca, na bíblia, é amuletos a gosto do freguês sendo vendidos e comercializados nas igrejas, agora a pancadaria é um meio de evangelização!


Que tipo de líder adota a pancadaria como meio de evangelização?

Um dos membros ainda me envia um e-mail dizendo que a luta é oficializada e legal.

Graças a Deus que não legalizaram a prostituição e a maconha.

Já não basta ver o bispo dizer que batizaria uma moça que está no homossexualismo sem nenhum problema, agora eu leio esta aberração no evangelho. Vou me deter em comentar algumas partes da noticia que saiu em muitos veículos de informação escrita e via net.

Deixo claro que eu me sinto enojado quando leio tal circunstância no meio evangélico., a vida do meu Jesus valeu a minha salvação, foi derramado o seu sangue para que os meus pecados fossem perdoados.


O seu sangue não é um suco de lanchonete para ser desvalorizado deste modo.



ALCANÇAR OS JOVENS ATRAVÉS DA PANCADARIA?!?


A notícia traz o depoimento do Bispo explicando qual é o objetivo do campeonato de vale tudo: "Queremos atrair mais jovens". Promover pancadaria é estratégia para evangelismo?

Chego à conclusão que algumas igrejas não têm nenhum senso do ridículo e temor a Deus para alcançar novos membros. VALE TUDO MESMO!

As palavras de Augustus Nicodemos em seu livro “O que estão fazendo com a Igreja”, são bem propícias aos dias de hoje:“É evidente a crise gigantesca em que os evangélicos se encontram: Indefinições quanto aos rumos teológicos, multiplicidade de teologias divergentes, falta de liderança com autoridade moral e espiritual, derrocada doutrinária, ascensão de líderes totalitários que se autodenominam pastores, bispos e apóstolos”.

Creio que para levar a Palavra de Deus aos jovens eu NÃO necessito promover pancadaria, deixar com que os jovens participem e veja esta pancadaria para que o Espírito Santo o alcance. Será que é através de socos e ponta pés que o jovem é alcançado pelo evangelho?

A Palavra e o Espírito Santo são suficientes para fazer com que o homem se arrependa dos seus erros e delitos (João 16 v. 7-11). O evangelismo não deve ser antropocêntrico, muito menos violencÊntrico, mas Cristocêntrico, o “cógito” não é o mais importante no evangelismo, mas a mudança do cógito.Se ganho o jovem promovendo a pancadaria, que tipo de jovem eu vou ter na igreja?

Evangelizar os lutadores de Vale tudo é uma coisa, promover lutas de vale tudo dentro da igreja é outra bem diferente. Eu me desespero ao ler este tipo de noticia que envolve os evangélicos, isto me leva a ter certeza absoluta que eu não preciso ser apostólico. Pois eu tenho o sumo apóstolo que é Jesus em minha vida.

O CULTO COM UM JOVEM ESTIRADO NO CHÃO

O inicio do culto já não é mais lendo a palavra de Deus, ela já não ganha espaço nos cultos neo pentecostais, a tática é outra, e esta registrada no artigo: “Dois, três, quatro rounds e, com o perdedor estirado na lona, o pastor Mazola encerra a primeira série de lutas e anuncia o início do culto.”

Deixar que pancadaria role solta e depois de alguns tapas, socos, pontapés e o sangue escorrendo pela boca de um jovem estirado na lona de um ringue – este é o ambiente certo para começar um culto a Deus ?

Este deve ser um momento “bem espiritual” para começar um culto ou dar a palavra de ser um gideão. Afinal, eles são apostólicos e tudo que estão fazendo é direção e tem a benção apostólica.

Será que depois disto eles cantam: “Somos um corpo, e assim bem ajustado, totalmente ligados, unidos, VIVENDO EM AMOR, UMA FAMÍLIA, sem qualquer, falsidade, vivendo a verdade... Eu fico imaginando esta moçada cantando a parte que ressalta a importância do irmão - um olhando para o outro e cantando – “Eu preciso de ti, querido irmão...Precioso é para mim, querido irmão.”
O cara estirado deve estar arrebatado de tanto sentir a “presença de Deus”.


Eu me pergunto: Pra que o outro precisa do irmão?


AH, Já sei!

Ele precisa do irmão para ter quem esmagar na lona, para ser o seu saco de pancada e deixar com que aquela cena “cristã” venha ser motivo de ganhar outros jovens.

A inversão de valores está à solta no mundo neopentecostal!Daqui a pouco estão fazendo “Astros do Ringue Gospel!”

O pragmatismo neopentecostal passa dos limites!


Fico imaginando qual seria o texto chave para este tipo de evangelismo...acho que já sei.1º Samuel, 18:7 “E as mulheres, dançando, cantavam umas para as outras, dizendo: Saul feriu os seus milhares, porém Davi os seus dez milhares."

Se VALE TUDO levar um jovem a sentir necessidade de ter Jesus como o seu salvador, tirar um texto para conseguir um pretexto é algo que nem precisa ser levado em conta.


ERA SÓ QUE FALTAVA...VAMOS SOCAR CONSCIENTES!

Dos pontos destacados pelo autor da matéria diz: “Sem álcool e cigarro, mas com a pancadaria tradicional do esporte, o festival reuniu freqüentadores de academias da região para se enfrentarem no ringue colado ao altar. O público (bermuda, chinelo, tatuagem) vibrava.”

Socar sóbrio é mais evangelístico.

Até porque beber é pecado, enfiar o pé na cara do outro até ver o “irmão” estirado no chão não é.
Pedrão seria o mascote deste campeonato. Acredito que posso encontrar um momento sóbrio neste evento, pois nem tudo está perdido!


A idéia pode até ter um momento de lucidez, mas só um momento.

O momento que o pastor dá o seu testemunho e conta sobre os tempos em que usou drogas, depois disto ele fez o apelo.

A matéria diz:"Cerca de 60 jovens entregaram a vida para Jesus", diz Miglioli, que cadastrou nomes e telefones dos convertidos”.

Mas será que foi o VALE TUDO que levou os jovens a aceitarem Jesus ?

Será que não existi outro método para alcançar estes jovens?

Será que eu preciso me fazer como um deles para levar a palavra de Deus até eles?Se a sua resposta for sim, graças a Deus que eles não tiveram a idéia de evangelizar prostitutas.

DA COMUNHÃO – ENTRA A PANCADARIA NOVAMENTE.

Agora, a noticia ainda diz: “ Culto encerrado, a luta continua -até depois das 3h30, cinco horas após começar. Satisfeita, a igreja fará outro campeonato neste ano.”Este tipo de atitude parece àquelas missas do movimento carismático que você vê na TV.

AquelAs que quando você pega para assistir no meio do programa, não sabe se é um culto ou uma missa. Eles começam bem, tem padres que pregam maravilhosamente bem, parece até um culto pentecostal, mas no final – detonam tudo levando a adoração a Maria.

Eu tenho a impressão que alguns católicos querem ser evangélicos e alguns evangélicos querem ser qualquer coisa, menos evangélico.

Neopentecostalismo passa do misticismo católico e afro brasileiro para promover atitudes violentas, mas tudo em “nome de Jesus”.

Está na hora de servir comidas as ovelhas e não buscar entretenimento para alimentar bodes.

Que Jesus é este que eles querem que estes jovens aceitem?Deus abençoe.

Pr. Alexandre Farias - E-mail: restauravida@uol.com.br

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Leia a matéria que saiu na Folha na integra (abaixo).

Igreja Renascer monta ringue de vale-tudo em templo para atrair mais jovens a culto em SP

APU GOMES

repórter-fotográfico da Folha de S.Paulo

DANIEL BERGAMASCO da Folha de S.Paulo

Dois, três, quatro rounds e, com o perdedor estirado na lona, o pastor Mazola encerra a primeira série de lutas e anuncia o início do culto.É 1h da madrugada de sábado e o templo da Igreja Renascer em Cristo em Alphaville, na Grande São Paulo, abriga seu primeiro campeonato de vale-tudo, esporte de combate que mescla modalidades como boxe e caratê.

"Queremos atrair mais jovens", conta o bispo Leandro Miglioli, 33, de jeans e camiseta polo.Sem álcool e cigarro, mas com a pancadaria tradicional do esporte, o festival reuniu frequentadores de academias da região para se enfrentarem no ringue colado ao altar.

O público (bermuda, chinelo, tatuagem) vibrava.O locutor do embate ficava no palco onde os pastores fazem as pregações. Na pausa para louvor no mesmo local, o pastor Mazola (cabeça raspada e camiseta regata de lutador) contou que já foi usuário de drogas e convocou os presentes a se converterem.

"Cerca de 60 jovens entregaram a vida para Jesus", diz Miglioli, que cadastrou nomes e telefones dos convertidos.Culto encerrado, a luta continua -até depois das 3h30, cinco horas após começar. Satisfeita, a igreja fará outro campeonato neste ano.

"Um ringue ao lado do altar é inusitado, mas não extraordinário entre evangélicos", diz a antropóloga Clara Mafra, pesquisadora da religião. "Nos anos 1940, eles introduziram no Brasil guitarras em cultos. Nos anos 1950, a Assembleia de Deus fez concursos de miss entre as irmãs e não deu certo.

A junção de sagrado e mundano causa estranheza, que pode ser ruim ou ter apelo como bom marketing religioso."

Jiu-jitsu

Duas vezes por semana, o mesmo templo da Renascer fica aberto para treinos de jiu-jitsu. "Quem vem aprende esporte e larga os vícios do mundão", diz Emerson Silva, 27, que se diz cético sobre as polêmicas envolvendo a igreja (prisão dos líderes por sonegação e críticas pela queda do teto de um templo que deixou nove mortos).As lutas acontecem no fundo da igreja, após os cultos.

"O primeiro foco é Deus, mas o esporte ajuda os jovens", diz Filipe Farias, 18, frequentador também da igreja Bola de Neve, que adota sintonia com esporte --no caso, uma prancha de surfe sobre o púlpito.

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u533375.shtml

segunda-feira, 13 de julho de 2009

NA CONTRAMÃO DA RELIGIÃO - LUCAS 15:1 e 2 - Por Pr. Américo Grande

Eis aqui mais uma artigo, e a intenção deste como nas anteriores não é que concordem ou discordem, mas sim que reflitam a respeito do assunto e confirmem se há veracidade nas informações passadas. "Epidemia não é um surto de doença avulsa ou isolada, mas generalizada".

É fato que todos nós, cristãos ou não, gostamos das coisas boas e até fazemos sacrifícios enormes para alcançá-las.
Dentro deste universo nós escolhemos as melhores roupas, o melhor perfume, o melhor prato, o melhor carro, o melhor lugar, o melhor passeio, gostamos de elogios e gozarmos de boa reputação, queremos os melhores amigos (as)(de preferência os mais abastados), queremos o melhor para nossos filhos, e de vez em quando queremos ser vistos e ovacionados. Ficar escondido nos bastidores não é coisa boa. Se puder, quem não terá tudo isso?

Gostaria de vos apresentar alguém que viveu todas estas situações e como Ele se comportou diante delas.

1° Essa pessoa desprezou a nobreza porque sua genealogia foi manchada propositalmente por alguns antepassados que eram desprezíveis, pobres, mentirosos, enganadores, prostitutas e uma estrangeira (Lucas 3:23-38).

2° O lugar onde ela nasceu era desprezível, lugar que acolhia animais, e seus primeiros visitantes foram pastores que cheiravam a cabras e ovelhas. (Lucas 2:1-20)

3° Já adulto, teve que escolher outras doze para ser seus discípulos. Ele não foi buscar nas universidades de renome ou numa agência de empregos, mas na periferia, no submundo da pobreza. Ele selecionou gente simples, pescadores, indoutos, um coletor de impostos e um que o trairia mais tarde. (Mateus 10)


4° Ele possuía um título ou codinome incondizente. Era chamado de "Nazareno", só porque tinha morado um tempo na cidade de Nazaré, uma cidade pequena, irrelevante, desprezada, desconsiderada e de má reputação. (João 1:43-51)

5° Quando um dos príncipes ou um dos principais da religião local foi procurá-lo na calada da noite, ao invés Dele desdobrar um tapete vermelho para recepcioná-lo, Ele o confrontou e o instruiu a repensar sua vida religiosa. (João 3:1-21)


6° Certa vez, ele estava de viagem para o norte de seu país, quando quase na metade do caminho parou em uma cidade e foi direto a um poço. Parando à beira deste para beber água, encontrou uma mulher estrangeira e de má reputação. O costume mandava Ele se afastar imediatamente e nem sequer olhar na direção dessa mulher, mas Ele gentilmente lhe pediu água e se tornou Seu maior amigo, além de libertá-la de sua vida vulgar. (João 4:1-42)

7° Essa pessoa permitiu que uma outra mulher também de má reputação, rejeitada pela sociedade e pela religião, lavasse os seus pés com suas lágrimas e os enxugasse com seus cabelos, além de beijá-los e ungi-los com perfume.Lembro que muitos pregadores diz que esta mulher é Maria Madalena, mas não é. (Lucas 7:36-50)

8° Certa feita, essa pessoa contava uma história baseada em fatos verídicos para alguns habitantes locais e seus líderes religiosos, quando utilizou como inspiração para uma má conduta sua própria gente (raça), e para o bem um estrangeiro considerado inimigo. (Lucas 10:25-37)

9° Uma das classes mais odiadas em seu país eram os coletores de impostos porque recolhiam impostos para outro país mandatário, além de furtar valores para si. Não é que esse publicano foi surpreendido com um convite, de que essa pessoa iria hospedar-se em sua casa. Lucas 19:1-10


10° Uma outra narrativa baseada em situação real, contada por ele dizia a respeito de dois homens: O primeiro de boa reputação e que desprezava os outros por causa de sua posição religiosa. E o outro, publicano e desprezado pela população. O primeiro orou a Deus se engrandecendo de suas atitudes. O segundo também orou a Deus, mas suplicou misericórdia e perdão pelos seus pecados. A pergunta? Qual destas orações foi aceita? (Lucas 18:9-14)


11° Por fim, essa pessoa de quem estamos falando foi condenada por seus compatriotas e líderes religiosos à morte. Antes Ele foi condenado por blasfêmias, foi preso e torturado até quase à morte e foi julgado de forma arbitrária e ilegal. Antes da morte sofreu mais tortura, escárnio e vergonha. "O verdadeiro motivo da sua condenação foram todos os itens anteriores"

Mesmo já sem força alguma, fazendo um grande esforço físico perdoou a todos que os tinham condenado (sem nenhuma distinção - Lucas 23:34), em seguida, salvou um dos ladrões que tinha sido crucificado juntamente com Ele (Lucas 23:42,43).


Pois bem! Essa pessoa nunca se preocupou com a religiosidade local que imperava. Ele estabeleceu um alvo espiritual e social, nunca se afastou deles, mesmo nos momentos mais difíceis e diante da morte.

Viveu num meio social conturbado e de extremo fanatismo religioso sempre sendo acusado por sua conduta e por seus ensinos que contradizia a religiosidade e aproximava definitivamente o homem de Deus. Seus ensinos causavam extremo escândalo e feriam a moral ilibada dos líderes religiosos.

" A julgar pelas descrições, era exatamente o contrário, pois os pecados morais dos fariseus estavam ocultos, ao passo que as falhas dos discípulos estavam expostas. A diferença estava no relacionamento que os discípulos tinham com Ele "

Vocês sabem quem é essa pessoa? Foi Ele quem me inspirou a escrever essas poucas linhas imperfeitas mas verdadeiras.

" Desculpem pelas feridas, mas mesmo a dor mais profunda è incapaz de sufocar uma convicção"

Pr. Américo Grande é pastor da IECP, professor do Seminário Teológico e Apologético IECP e participa do Blog Café Teológico e Apologético.

Contatos - E-mail: americo_grande@hotmail.com

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Um pastor rejeitado para o Ministério - Por Pr. Alexandre Farias

Um pastor rejeitado para o Ministério - Por Pr. Alexandre Farias

Depois de passar anos e anos trabalhando para a obra do Senhor, um pastor de uma igreja pensou em deixar o seu cargo devido a sua idade estar avançada, mas a preocupação era : para quem passar o cajado?Quem iria estar em seu lugar?

Quem poderia substituir este pastor que alcançou o sucesso em seu ministério?

Preocupado, reuniu a igreja e anunciou a sua decisão. Explicou a sua preocupação e deu a oportunidade dos candidatos ao cargo enviarem seu currículo ministerial.

Depois de alguns dias, o pastor recebeu apenas uma carta de um candidato que não era membro da igreja, mas cristão.

Ele reuniu o conselho da igreja para ler a carta e resolver se aquela pessoa serviria para o cargo pastoral.

O pastor que iria deixar o cargo disse: Senhores, eu recebi apenas uma carta e creio que devo ler a vocês o que ela relata sobre o candidato. Vamos a ela:


“ Amigos de ministério,Graça e pazSabendo que o cargo esta a disposição, mesmo não sendo membro desta igreja, resolvi me candidatar por ser um irmão em Cristo e participar do corpo de Cristo. Quero falar um pouco do meu ministério.

A misericórdia de Deus tem sido viva em minha vida. Deus tem usado a minha vida para pregar em diversos lugares não grandes, mas pequenos.

Deus me deu a capacidade de ser escritor, gosto de escrever para os meus amigos sobre a Palavra de Deus.

Não sou um jovem, mas tenho muita vontade de fazer a obra do Senhor. Admito que nunca fiquei numa igreja por muito tempo. Certa vez, tive que deixar uma cidade correndo porque a minha pregação causou um grande tumulto.Não gostaram do que falei, mas era a verdade direta e clara.

Tenho que admitir que alguns não gostam do jeito que prego, mas não me preocupo em agradar a ninguém, mas procuro agradar ao meu Senhor.

Deixo claro que sou ex-presidiário, estive na cadeia por alguns anos, não porque as minhas ações foram más, pelo contrário, foi por causa da palavra de Deus, por defender o que creio.

Fui preso por amor a palavra, não me prenderam porque escondi dinheiro no meio da bíblia, não tive nenhum vídeo no you tube que pudesse me acusari, não fui acusado de charlatanismo, não fui preso por enganar os fiéis vendendo amuletos. Por falar nisso, parece que nos dias de hoje isso vem sendo comum no meio evangélico, mas declaro que aqueles que me prenderam não tiveram nenhuma prova contra mim. Me prenderam porque quiseram me calar, pediram que me calasse e não pregasse a palavra de Deus. Preferi ser preso do que me calar.

Tenho que admitir que a minha saúde não é muito boa, sou uma pessoa doente, porém, eu consigo trabalhar.Entendo que todos nós, filhos de Deus ou não, ficam doentes. A diferença é que podemos ser curados pela fé no filho de Deus.

Até agora, eu mesmo tenho trabalhado para sustentar as minhas despesas, embora pequenas. Não acho que o pastor necessita ter uma vida luxuosa, mas o necessário para viver. Conheço alguns que já compraram até aviões, helicópteros enquanto seus membros não tem um burrinho para passear. Não sou aquele que arranca a lã da ovelha para vender em praça pública.

As igrejas que tenho pregado são pequenas, não acredito que a igreja deva ser luxuosa e enorme, pois eu mesmo não daria conta em atender a todos os irmãos. Já não é fácil tomar conta de uma igreja com poucos membros, imagine uma igreja enorme!

Eu não sei como alguns pastores querem uma igreja que caiba 8 mil membros se não dão conta nem dos 500 ou 1.000 que já tem.

Acredito que a melhor forma para pregar o evangelho é ter diversas igrejas espalhadas de vez construir catedrais.

Admito que não tenho interesse em buscar relacionamentos com os grandes líderes religiosos, prefiro passar o meu tempo com os pobres, pessoas que não são importantes para o meio religioso e com aqueles que necessitam do Evangelho.

Eu não gosto de anotar o numero daqueles que batizei, aqueles que aceitaram Jesus como Senhor em minhas pregações. Eu não busco glórias e fama pelos meus títulos, pois eles não passam de trapos perto do que Jesus fez por mim.

Sou um homem que não gosto de vivenciar o passado para me gloriar. Nunca tive um arquivo sobre o que fiz. Quer dizer, se o meu arquivo guardasse o que já fiz, apenas tinham relações de pecados que o meu Jesus apagou com o seu sangue.

Em minhas pregações, não busco agradar a ninguém. Prego que o cristão, mesmo sendo dizimista ou ofertante pode passar necessidades. Em nenhum momento das Escrituras Sagradas eu vejo o contrário. Eu creio que Deus abençoa aos seus filhos, mas não como estão pregando com esta teologia da prosperidade.

Eu mesmo já passei fome, não tive o que vestir, mesmo fazendo a obra do Senhor. Não posso pregar o que os cristãos querem ouvir, mas aquilo que a palavra de Deus relata.

Se os senhores quiserem me dar à oportunidade de estar à frente do ministério de vocês, vou me esforçar ao máximo para ser benção na vida dos senhores. Desde já, digo que não sou perfeito. As vezes, o bem que quero fazer, eu não consigo, mas o mal que não quero, este faço. Não sou perfeito, sou apenas justificado pelo sangue de Jesus.”

Desde já, agradeço a atenção dos irmãos. "

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Depois de ler a carta para o conselho da igreja, iniciou uma discussão se este homem era apropriado para ser o futuro pastor do ministério. Demorou apenas alguns minutos para que o veredicto fosse dado.

O conselho foi unânime em sua decisão. Um dos pastores mais antigos do ministério tomou a palavra e disse:

“Este homem não serve para estar na frente deste ministério. Como um ministério de anos e anos de sucesso vai admitir um pastor que já passou pela cadeia mesmo ele dizendo que não teve culpa? Mesmo ele dizendo que foi preso só porque não queria se calar ?

Se o pastor deve ser o exemplo da igreja, como é que podemos ter um ex-presidiário como pastor?

Não podemos admitir um pastor doente. Como podemos ter um líder doente? Não podemos admitir que o líder da igreja esteja doente!

O nosso pastor deve ser saudável e não pode ficar falando das suas incapacidades físicas para igreja porque muitos irmãos estão buscando a sua cura nas reuniões de oração!

O que nós vamos falar para os outros pastores ?

Que temos um pastor doente !

Ter um pastor doente é impossível!

Outra coisa, este ministério não pode ter um pastor que não tenha um bom relacionamento com os lideres que estão em destaque!

Precisamos de um pastor carismático, simpático e que tenha um bom relacionamento com todos. Ele não precisa ser tão rígido na Palavra, não queremos um pastor que traga palavras dura para igreja.

Não podemos ter um pastor que ensine que o crente pode passar necessidade mesmo dando o seu dizimo e sua oferta! O pessoal não vai mais dizimar e nem ofertar!

Pelo que ele disse, ele gosta de igrejas pequenas e o nosso projeto é crescer e construir uma igreja para 10 mil pessoas! Como vamos conseguir realizar este
projeto com ele sendo o nosso pastor?

Certamente ele irá enviar muito dinheiro para os missionários e esquecer da igreja.

Nós precisamos de alguém que seja carismático, maleável, que invista na igreja, que pregue apenas mensagens de vitória, que tenha um bom relacionamento com os líderes em destaque no meio evangélico e que faça os membros serem ofertantes e dizimistas a qualquer custo!

Não queremos este homem como pastor da nossa igreja e nem de nenhuma das nossas congregações.”

Quando o pastor acabou de falar, um dos integrantes perguntou qual era o nome do candidato. Houve uma curiosidade em saber quem era o candidato.

O pastor pega a carta e olha no final da carta o nome do candidato. Ele fica surpreso em ler o seu nome e diz:

Irmãos, esta carta é do Apóstolo Paulo.