sábado, 20 de abril de 2013

Médicos são contra a descriminalização do aborto


Médicos que debatem a descriminalização do aborto dividem opiniões. A dúvida está em que momento surge a vida entre o momento da concepção e o desenvolvimento do embrião. Questão esbarra em ética, moral e religião
Por trás do crime, das sequelas para o corpo e para a alma, muitas vezes carregadas pelo resto da vida, milhares de brasileiras que se submetem a um aborto clandestino no país se deparam com a eterna dúvida: em qual momento nasce a vida? De cunho moral, religioso e ético, a questão ganha foco no Brasil diante da decisão de entidades nacionais em propor a descriminalização do aborto, o que permitiria a interrupção da gravidez de até 12 semanas.
A posição, apesar de sugerida pelo órgão que representa 400 mil médicos, o Conselho Federal de Medicina (CFM), não é consenso na classe. Prova disso é o posicionamento do Conselho Regional de Medicina (CRM), que diz que “doutores são treinados para salvar vidas, não matá-las”. A resistência é tão grande que, até em processos legais de interrupção da gravidez, como em caso de estupro, há especialistas que se recusam a fazer o procedimento, respeitando a própria consciência e a ética. O CRM de Goiás também é contrário à medida.

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

BATISMO DE CRIANÇAS ....QUAL A SUA OPINIÃO?



Eu não estou colocando a minha opinião sobre o assunto, estou apenas colocandoum artigo que saiu no site Creio que é bem polêmico.

Você batizaria uma criança de 3 meses?

Leia o artigo e saiba qual é a opinião do Reverendo Augusto Nicodemus Lopes.

O DEBATIDO BATISMO INFANTIL



Metodistas e Presbiterianos promovem ato e polêmica ressurge

Por: Redação Creio

Na última semana após a divulgação da entrevista em que a atriz Luana Piovanni se declara evangélica, outra informação chamou atenção em suas declarações. Piovanni disse que batizaria seu filho em uma Igreja Evangélica. Logo, pelo twitter, vários pastores rebateram a postagem dizendo que as Igrejas Evangélicas não batizam crianças. No entanto algumas como Presbiterianas e Metodistas utilizam deste ato em suas liturgias.

Em um texto postado em um blog metodista argumenta que a denominação batiza crianças pois “ pensa que qualquer criança, antes da idade da razão, é salva, mas, porque tem consciência de que o batismo infantil é uma consagração da criança a Deus e significa a entrada da criança como participante da comunidade de fé, que é a Igreja, tal qual era a circuncisão para as crianças de Israel.”

O reverendo Augusto Nicodemos defendeu em artigo seu posicionamento à favor do batismo de crianças. “Alguns me perguntam por que apresentei meus quatro filhos para serem batizados, quando cada um ainda não tinha mais que dois meses. Minha resposta é que acredito estar seguindo a tradição bíblica, que remonta ao tempo do Antigo Testamento, e que não foi abolida no Novo, de incluir os filhos dos fiéis na aliança de Deus com o seu povo. Batizei meus filhos crendo que, através desse rito iniciatório, eles passaram a fazer parte da Igreja visível de Cristo aqui na terra. Minha crença se baseia no fato de que, quando Deus fez um pacto com Abraão, incluiu seus filhos na aliança, e determinou que fossem todos circuncidados (Gn. 17.1-14). A circuncisão, na verdade, era o selo da fé que Abraão tinha (ver Rm 4-3,11 com Gn 15.6), mas, mesmo assim, Deus determinou-lhe que circuncidasse Ismael e, mais tarde, Isaque, antes de completar duas semanas (Gn. 21.4). Abraão creu e o sinal da sua fé foi aplicado a Isaque, mesmo quando este ainda não podia crer como seu pai. Mais tarde, quando Moisés aspergiu com o sangue da aliança as tábuas da Lei dada por Deus, aspergiu também todo o povo presente no monte Sinai, incluindo obviamente as mães e seus filhos de colo (Hb 9.19-20)”.


QUAL É A SUA OPINIÃO?

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Você esta procurando uma igreja séria?

Então aí vai algumas dicas....

Uma igreja séria ensina a palavra sem rodeios.

Uma igreja séria separa o maior tempo para a palavra de Deus e não para os pedidos de dízimos e ofertas .

Uma igreja séria procura comunhão entre todos os irmãos e não comunhão entre os grupinhos.

Uma igreja séria busca a Deus porque Ele é Deus e não para conseguir bens financeiros.

Uma igreja série tem um pastor que vive para as ovelhas e não da lã das ovelhas.....

Procure um lugar onde o convidado especial é Jesus e não o artista porque o dia em que não tiver artista você vai achar o culto sem graça.

Procure uma igreja que te ensine ser discípulo e não um comprador de benção.

Pense nisso....

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Monoteísmo Primitivo - Um debate sobre sua origem - Por L. Norman Geisler

Monoteísmo Primitivo - Um debate sobre sua origem



Por L. Norman Geisler
Tradução: Elvis Brassaroto Aleixo


A Bíblia ensina que o monoteísmo1 foi a concepção mais remota de Deus. O primeiro versículo do livro de Gênesis é monoteísta: “No princípio criou Deus os céus e a terra” (Gn 1.1). Todos o patriarcas, Abraão, Isaque e Jacó, apresentaram uma fé monoteísta. (Gn 12-50). Isto revela um Deus que criou o mundo e que, portanto, é diferente do mundo. Esses são os conceitos essenciais do teísmo ou monoteísmo.


Igualmente, bem antes de Moisés, José acreditou declaradamente em um monoteísmo moral. Sua recusa em cometer adultério é justificada pelo seu conhecimento de que seria um pecado contra Deus. Enquanto estava resistindo à tentação da esposa de Potifar, ele declarou: “Como, pois, posso cometer este tão grande mal, e pecar contra Deus?” (Gn 39.9).

Jó, outro livro bíblico contextualizado em um período remoto da antiguidade, revela claramente uma visão monoteísta de Deus. Existem grandes evidências de que o livro de Jó desenvolveu-se em tempos patriarcais pré-mosaicos. O livro vislumbra um Deus todo-poderoso (Jó 5.17; 6.14; 8.3), um Deus pessoal (Jó 1.7-8) que criou o mundo (Jó 38.4) e é soberano sobre sua criação (Jó 42.1-2).

Encontramos na epístola de Paulo aos Romanos, no seu primeiro capítulo, a afirmação de que o monoteísmo precedeu o animismo2 e o politeísmo3. O texto declara: “Porquanto o que de Deus se pode conhecer, neles se manifesta, porque Deus lhes manifestou. Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se vêem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis; porquanto tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças, antes em seus discursos se desvaneceram, e o seu coração insensato se obscureceu. Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos, e mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, e de aves, e de quadrúpedes, e de répteis. Por isso também Deus os entregou às concupiscências de seus corações, à imundícia, para desonrarem seus corpos entre si; pois mudaram a verdade de Deus em mentira, e honraram e serviram mais a criatura do que o Criador, que é bendito eternamente. Amém” (Rm 1.19-25).

A tese de James Frazer sobre o monoteísmo recente

A tese de um monoteísmo recente foi divulgada por W. Schmidt na sua obra High Gods in North América4. Mas é a obra de James Frazer, The Golden Bough5, que tem alcançado proeminência sobre o assunto. Sua tese não se baseia em uma confiável procura histórica e cronológica para as origens do monoteísmo, antes, advoga que as religiões evoluíram do animismo para o politeísmo, e deste para o henoteísmo6 e, finalmente, chegando ao monoteísmo. Apesar de seu uso seletivo e anedótico de fontes antiquadas, as idéias do livro ainda são acreditadas amplamente. A resistência à tese de Frazer de que a concepção monoteísta de Deus evoluiu recentemente não tem fundamento por muitas razões:


Argumentos para a crença do monoteísmo primitivo

Há muitos argumentos a favor do monoteísmo primitivo. E muitos desses argumentos vêm dos registros e tradições que temos das civilizações antigas, que incluem os livros de Gênesis e Jó e o estudo das tribos pré-alfabetizadas.

A historicidade de Gênesis

Não há nenhuma dúvida de que Gênesis apresenta uma concepção monoteísta de Deus. De igual modo, é claro, esse livro é o instrumento mais confiável que dispomos de um registro histórico da raça humana, desde os primeiros seres humanos. Conseqüentemente, os argumentos que atestem a historicidade dos primeiros capítulos de Gênesis favorecerão o monoteísmo primitivo.

O notável arqueólogo William F. Albright demonstrou que o registro patriarcal de Gênesis (Gn 12-50) é histórico. Ele declara: “graças à pesquisa moderna, reconhecemos agora sua significativa historicidade [da Bíblia]. As narrativas dos patriarcas, Moisés e o êxodo, a conquista de Canaã, os juízes, a monarquia, o exílio e a restauração de Israel, tudo tem sido confirmado e evidenciado em uma extensão que eu julgava impossível há quarenta anos”.7 E acrescenta: “não há um único historiador bíblico que não tenha se impressionado pela acumulação rápida de dados que apóiam a historicidade significativa da tradição patriarcal”.8

Entretanto, o livro de Gênesis é uma unidade literária e genealógica, tendo constituído listas de descendentes familiares (Gn 5,10) acompanhadas da relevante frase literária “esta é a história de” ou “estas são as origens dos” (Gn 2.4). A frase é usada largamente em outros trechos do livro de Gênesis (2.4; 5.1; 6.9; 10.1; 11.10,27; 25.12,19; 36.1,9; 37.2).

Além disso, a importante narrativa sobre a torre de Babel, capítulo 11, é referida por Jesus e pelos escritores do Novo Testamento como histórica. Também são citados por Cristo e pelos escritores do Novo Testamento: Adão e Eva (Mt 19.4,5), a tentação que sofreram (1Tm 2.14), sua posterior queda (Rm 5.12), o sacrifício de Caim e Abel (Hb 11.4), o assassinato de Abel por Caim (1Jo 3.12), o nascimento de Sete (Lc 3.38), a trasladação de Enoque (Hb 11.5), a menção do matrimônio antes dos tempos do dilúvio (Lc 17.27), a inundação e destruição do homem (Mt 24.39), a preservação de Noé e sua família (2Pe 2.5), a genealogia de Sem (Lc 3.35,36) e o nascimento de Abraão (Lc 3.34). Assim, a pessoa que questionar a historicidade de Gênesis, conseqüentemente terá de questionar também a autoridade das palavras de Cristo e de muitos outros escritores bíblicos que recorreram ao livro de Gênesis.

Em particular, existem fortes evidências para a historicidade dos registros bíblicos sobre Adão e Eva. Esses registros revelam que os pais da raça humana foram monoteístas desde o princípio (veja Gn 1.1,27; 2.16,17; 4.26; 5.1,2).

1) Gênesis 1-2 os apresenta como pessoas literais e narra os eventos importantes de suas vidas (entenda-se: de suas histórias, registros).

2) Eles geraram crianças reais, e não fictícias (Gn 4.1,25; 5.1).

3) A mesma frase, “estas são as gerações de”, empregada para registrar histórias posteriores (Gn 6.9; 9.12; 10.1,32; 11.10,27; 17.7,9), é usada também no relato da criação (Gn 2.4) e na formação de Adão e Eva e seus descendentes (Gn 5.1).

4) As cronologias posteriores do Velho Testamento posicionam Adão no topo da lista genealógica (1Cr 1.1).

5) O Novo Testamento cita Adão como o primeiro antepassado literal de Jesus (Lc 3.38).

6) Jesus recorreu à historicidade de Adão e Eva, o primeiro casal “macho e fêmea”, constituindo, como base para a união física, o primeiro matrimônio (Mt 19.4).

7) O livro de Romanos declara que a morte literal foi trazida ao mundo por um “Adão” literal (Rm 5.14).

8) A comparação de Adão (“o primeiro Adão”) com Cristo (“o último Adão”), em 1 Coríntios 15.45, atrela a historicidade de Adão com a de Jesus, e autentica explicitamente a compreensão histórica de Adão como uma pessoa literal.

9) A declaração do apóstolo Paulo, de que “primeiro foi formado Adão, depois Eva” (1Tm 2.13,14), revela que ele fala de uma pessoa real.

10) Logicamente, houve entre eles o primeiro relacionamento conjugal, “macho e fêmea”, do contrário, a raça humana não teria continuidade. A Bíblia chama este casal de “Adão e Eva”, e não há quaisquer razões para duvidar da existência real deles. E aqueles que argumentam a favor de sua historicidade conseqüentemente apóiam a posição bíblica de um monoteísmo primitivo.

A evidência do livro de Jó

Semelhante a Gênesis, Jó é possivelmente um dos livros mais antigos do Velho Testamento. Ao menos há um consenso entre os estudiosos de que sua história originou-se em tempos patriarcais, sendo, portanto, pré-mosaica. De igual modo, o livro de Jó também confirma o monoteísmo e a pessoalidade de Deus. Revela um Deus pessoal (1.6,21), moral (1.1; 8.3,4), soberano (42.1,2), Todo-Poderoso (5.17; 6.14; 8.3; 13.3 etc) e Criador (4.17; 9.8,9; 26.7; 38.6,7). O posicionamento da história de Jó como primitiva possui vários fundamentos.

1) Sua organização familiar em clãs, adotada no período pré-mosaico e abolida posteriormente entre os hebreus.

2) A ausência total de qualquer referência à lei de Moisés.

3) O emprego patriarcal peculiar para o nome de Deus: Todo-Poderoso (5.17; 6.4; 8.3 cf. Gn 17.1; 28.3 etc).

4) A comparativa raridade com que é empregado o nome SENHOR (Yahweh) (cf. Êx 6.3).

5) O oferecimento de sacrifícios pelo chefe da família em oposição ao sacerdócio levítico.

6) A menção da cunhagem primitiva de moedas, implícita na expressão “peças de dinheiro” (42.11 cf. Gn 33.19).

7) O uso da expressão “os filhos de Deus” (1.6; 2.1; 38.7), encontrada apenas em Gênesis 6.2-4.

8) A longevidade de Jó, que viveu 140 anos depois que sua família foi restabelecida (42.16), ajusta-se ao período patriarcal.

Jó fala de um Deus que criou o mundo (Jó 38.4), que é soberano sobre todas as coisas (42.2), inclusive sobre Satanás (1.1,6,21 etc). Todas essas coisas são características de uma concepção monoteísta de Deus. Assim, os tempos primitivos de Jó revelam que o monoteísmo não teve um desenvolvimento recente.

As religiões primitivas são monoteístas

Ao contrário da convicção popular, as religiões primitivas da África revelam por unanimidade um explícito monoteísmo. Uma das maiores autoridades em religiões africanas, John S. Mbiti que, em sua carreira, já pesquisou mais de 300 religiões tradicionais, declarou: “Em todas estas sociedades, sem uma única exceção, as pessoas têm uma noção de Deus como o Ser Supremo”.9 Isto é uma verdade compartilhada por outras religiões primitivas, muitas das quais crêem em um Deus Altíssimo ou em um Deus celestial, assinando mais uma vez o monoteísmo primitivo.

A influência de evolução

A idéia de que o monoteísmo evoluiu recentemente ganhou popularidade após a teoria da evolução biológica de Charles Darwin, em sua obra A origem das espécies, de 1859. Em outra de suas obras, Darwin escreveu: “Não há nenhuma evidência de que o homem tenha originalmente adotado a crença na existência de um Deus onipotente”. Pelo contrário, Darwin acreditava que “as faculdades mentais humanas [...] conduziram o homem à crença em entidades espirituais e, desta, para o fetichismo10, o politeísmo e, por fim, o monoteísmo...”.11

A tese evolutiva de Frazer sobre a religião está baseada em várias suposições sem provas.

Primeiro: seu apoio na evolução biológica mostra, na realidade, sua ausência de fundamentos sérios. A teoria da evolução já foi satisfatoriamente contestada por autoridades cientificas.12

Segundo: ainda que considerássemos a evolução biológica como uma verdade científica, não há nenhuma razão para acreditar que tal evolução tenha sido considerada no âmbito religioso. É um engano de categoria metodológica classificar que o que é verdade em uma disciplina seja também verdade em outra.

O darwinismo social é outro caso em questão. Poucos darwinistas concordariam com Hitler em sua obra Mein Kampf , que diz que deveríamos destruir as raças inferiores, já que a evolução tem feito isto durante séculos! Ele escreveu: “Se a natureza não deseja que os indivíduos mais fracos devam se unir (misturar) com o mais forte, ela deseja menos ainda que uma raça superior venha se misturar com uma inferior; até mesmo porque, em tal caso, todos os seus esforços, ao longo de centenas de milhares de anos, para estabelecer uma fase evolutiva mais alta, pode ser resultado em futilidade”.13

Assim, se muitos darwinistas concordam que a evolução não deve ser aplicada ao desenvolvimento social humano, então não há nenhuma razão para aplicá-la à religião. Dessa forma, nem a suposta prova científica de Darwin serve como base para a evolução do monoteísmo recente.


A melhor explicação

As origens do politeísmo podem ser explicadas como uma degeneração do monoteísmo original, como vimos na declaração anterior de Romanos 1.19. Quer dizer, o paganismo originou-se do monoteísmo primitivo, e não o contrário. Isso é evidenciado no fato de que a maioria das religiões pré-alfabetizadas possuía uma visão monoteísta de Deus. William F. Albright reconhece, igualmente, que os respectivos deuses dessas religiões “eram considerados todo-poderosos e cridos como criadores do mundo; eram, geralmente, deidades cósmicas e seus adeptos, freqüentemente, acreditavam que tais deuses residiam no céu”.14

Essa concepção é claramente contra as concepções politeístas e animistas de deidade.

Não há nenhuma razão concreta para negar o monoteísmo primitivo apresentado pela Bíblia. Pelo contrário, há toda evidência para acreditar que o monoteísmo foi a primeira concepção religiosa que algumas religiões deturparam. De fato, essa é a posição que melhor se ajusta à forte evidência de que o monoteísmo revelado na Bíblia foi distorcido pelas tendências humanas.15

Em resumo, a concepção correta de Deus, o monoteísmo primitivo, foi resgatada, e não evoluída durante séculos. Deus fez o Homem conforme a sua imagem, mas os homens corromperam esta verdade (Rm 1.23).


Notas:

1 Monoteísmo: crença na existência de um único Deus.


2 Animismo: idéia de que todas as coisas no universo são investidas de uma força de vida, alma ou mente. Um animismo filosófico, por exemplo, considera que uma pedra ou uma árvore não é meramente um aglomerado de átomos e moléculas, mas, pelo contrário, possui um a “conscientização” das forças ou dos outros corpos que estão ao redor.


3 Politeísmo: crença na existência de vários deuses.


4 High Gods in North of América. W. Schmidt. Oxford: Claredon Press, 1933.


5 The Golden Bough. James G. Frazer. London: Mcmillan, 1890.


6 Henoteísmo ou Enoteísmo: deriva seu nome dos termos gregos henos, um, e theos, deus. A idéia é que só existe um único Deus. Mas, no uso comum que se faz da palavra, a idéia transmitida é que existe uma divindade suprema, que tem contato com um certo mundo ou um certo grupo de seres, ao mesmo tempo em que podem existir outros deuses com outros campos de atividade. Pelo menos em algumas culturas, como na dos hebreus, o henoteísmo pode ser um passo intermediário entre o politeísmo e o monoteísmo.


7 From Stone Age to Christianity. Willian F. Albright. Garden City, NY: Doubleday, 1957, p. 1329.


8 The Biblical Period. Willian F. Albright. New York: Harper, 1955.


9 African Religions and Philosophy. John S. Mbiti. New York: Praeger Publishers, 1969.


10 Fetichismo: crença mantida particularmente nas religiões da África ocidental de que os espíritos são capazes de possuir objetos. Existe também a crença de que certos objetos ou “talismãs” podem afastar os espíritos maus.


11 The Descent of Man and selection in relation to Sex. Charles Darwin. New York: Appleton and Company, 1896, p. 302,303.


12 Evolution: a Theory in Crisis. Bethesda, MD: Adler and Adler, 1985.


13 Mein Kampft. Adolph Hitler. London: Grust and Blackett Ltds, Publishers, 1939, p. 239-242.


14 From Stone Age to Christianity. Willian F. Albright. Garden City, NY: Doubleday, 1957, p. 170.


15 The Kalam Cosmological Argument. Willian Lane Craig. London: The McMillan Press, 1979.


Matéria retirado do site ICP

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Lançada Bíblia com Evangelho de Filósofos - Por OGalileu

A. C. Grayling se diz a versão suave de Richard Dawkins e Christopher Hitchens, dois ateus que militam contra Deus nos livros e na imprensa. Sua nova obra, como explica, não é "contra a religião". Apenas a ignora.

O autor A. C. Grayling diz que se opõe à Bíblia original


"The Good Book: A Humanist Bible" (o livro bom: uma bíblia humanista, na tradução literal) quer ser fonte de inspiração, reflexão e consolo, partindo da tradição laica do Ocidente e do Oriente.


"Ao se fixar em Deus e no que há após a morte, pessoas se distraem da vida", diz à reportagem. Ninguém cai em desgraça se come o fruto da sabedoria, sugere o professor de filosofia da Universidade de Londres, autor de quase 30 livros.

Por décadas, anotou o que disse Aristóteles, Heródoto, Safo, Nietzsche, Baudelaire, Rimbaud, Newton e editou as citações com estrutura e linguagem semelhantes às da Bíblia.

Publicado há duas semanas na Inglaterra, o livro está na lista de mais vendidos. Foi comprado pela Objetiva/Alfaguara e sai em 2012.

Com bom humor, Grayling conta que sua mulher fez para ele um cartão que diz: "Achava que era ateu até que descobri que era Deus".

Com a bíblia laica, o sr. diz ajudar leitores a ter uma vida boa. O que é isso?

A. C. Grayling - Ser bom e ter afetos costumam levá-lo a ter uma vida melhor. Diferentemente da Bíblia, porém, este livro mostra que não há modo único de conduzir a vida, que é muito curta para tantas brigas. O mais importante é que o leitor pense por si mesmo e não tenha de seguir regras irracionalmente. Tudo de que você precisa é amor", "Pense por si mesmo" e "a vida é muito curta para tantas brigas" são letras dos Beatles.  Não tinha pensado nisso. É a prova de que essa sabedoria pode ser encontrada também no senso comum.

Em oposição à Bíblia, o livro sugere retornar aos gregos?

Não só aos gregos, mas à tradição humanista que começa com eles e permanece até hoje. E, apesar de ateu, não quis me opor à Bíblia, apenas mostrar a sabedoria que nasce dos próprios homens sem tratar de Deus ou de vida após a morte.

Se não se opõe, por que se baseou na estrutura da Bíblia?

Primeiro porque o livro se torna muito acessível: você pode ler um ou dois trechos e pensar a respeito. E sem autores citados, você se concentra no que é dito, e não em quem e quando disse.


É inevitável querer saber de quem é cada citação...


Várias pessoas reclamam disso. Mas é como ver uma exposição e se concentrar nas legendas. O mais importante são as pinturas. E quer saber? Queria não ser identificado como autor do livro. Meus editores não deixaram.

Por que a religião voltou a ser tema de livros e da mídia?

Justamente por causa do seu declínio.

THE GOOD BOOK: A HUMANIST BIBLE



AUTOR A. C. Grayling


EDITORA Walker & Company

quarta-feira, 9 de março de 2011

Menina de 14 Anos Morre ao Receber 80 Chibatadas em Tribunal Religioso

Uma adolescente de 14 anos morreu após ter recebido 80 chibatadas em Bangladesh, como punição por ter tido um relacionamento com um primo que era casado.


A sentença tinha sido decretada por um tribunal religioso na cidade em que a jovem vivia, Shariatpur, no sudoeste do país, a 56 quilômetros da capital, Daca.

Hena Begum foi acusada de ter mantido uma relação sexual com seu primo de 40 anos de idade, que era casado. Ele também foi condenado a receber cem chibatadas, mas conseguiu fugir.

A adolescente desmaiou enquanto recebia as chibatadas e chegou a ser levada para um hospital local, mas não resistiu aos ferimentos, morrendo seis dias após ter sido internada.

O caso teve grande repercussão no país e provocou protestos de moradores de Shariatpur. Há relatos na mídia de Bangladesh de que Hena, na verdade, foi raptada e estuprada pelo primo.
 
O imã (clérigo muçulmano) Mofiz Uddin, responsável pela fatwah (sentença) contra Hena, e outras três pessoas foram presas. O caso está sendo investigado.


'Atos imorais'

Atraídos por gritos de socorro de Hena, moradores locais chegaram a acudir a adolescente. Mofiz Uddine também se dirigiu ao local, juntamente com professores da madrassa (escola de ensinamentos islâmicos) da região.

Os jornais bengalis informaram que em vez de tomar uma ação contra o autor do suposto estupro, os religiosos trancaram a jovem dentro de um quarto. No dia seguinte, o mesmo imã e representantes do Comitê da Sharia, o código de leis muçulmanas, acusaram Hena de ter cometido atos de ''sexualidade imoral'' fora do casamento.

Os religiosos disseram à polícia que Hena teria sido pega em flagrante quando mantinha relações sexuais com um morador do vilarejo.

Pessoas da família do primo casado também teriam espancado a adolescente, um dia antes da fatwa ter sido decretada.

Autoridades do vilarejo também exigiram que o pai da jovem pagasse uma multa equivalente a R$ 419.

Na quarta-feira, um grupo de moradores de Shariatpur foi às ruas em protesto contra a fatwa e contra os autores da sentença.

''Que tipo de justiça é essa? Minha filha foi espancada em nome da justiça. Se tivesse sido em um tribunal de verdade, minha filha jamais teria morrido'', afirmou Dorbesh Khan, o pai da adolescente.

Punições realizadas em nome da sharia (legislação sagrada islâmica) e decretos religiosos foram proibidos em Bangladesh, país secular, mas de maioria muçulmana, desde o ano passado.

Comitês que obedecem princípios religiosos vêm se tornando influentes em diferentes países com população de maioria islâmica, mesmo sendo ilegais em muitos deses países.

A sentença contra Hena Begum foi a segunda morte provocada por uma sentença ligada à sharia desde que a prática foi proibida pela Corte Suprema de Bangladesh.

Cerca de 90% dos 160 milhões de habitantes de Bangladesh são muçulmanos, dos quais a maior parte segue uma versão moderada do Islã.

Com informações BBC / G1 / O Povo Online / site O Galileu

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Igreja Presbiteriana se Pronuncia Contra Apóstolos e Dança no Culto

O uso da dança na liturgia do culto e a consagração de apóstolos estão proibidos na Igreja Presbiteriana do Brasil (IPB). É o que decidiu o Supremo Concílio no final do ano de 2010. Até a comemoração do Natal e o uso do teatro foi avaliado pelos representantes dos presbitérios.


As discussões giraram em torno do culto público e seus elementos. Os líderes debateram a celebração do culto de ação de graças nos cultos dominicais. "A decisão do Supremo Concílio foi não proibir as ações de graças como parte do culto no dia do Senhor, e que o culto deve ter Deus como centro. Ou seja, declarou que as ações de graças fazem parte do culto a Deus, como está na Confissão de Fé da IPB (Westminster) e que o culto não deve virar culto à personalidade, mas Deus é sempre o centro do mesmo", divulgou o reverendo Augusto Nicodemos em seu blog.

A dança e a nomeação de apóstolos continua proibida. Segundo o Concílio Supremo, na Bíblia, a dança e a coreografia não fazem parte do culto público, por isso, devem ser excluídas da liturgia. Quanto aos apóstolos, a resposta foi de que só são reconhecidos como tais, os Doze Apóstolos de Jesus e Paulo.

Já os cultos de gratidão a Deus aos domingos a noite são permitidos. A decisão é de que todos os cultos devem ter Deus como o centro e que a gratidão a Ele deve estar sempre presente nos domingos.

Ainda foram discutidas questões acerca da comemoração do natal, de práticas neopuritanas e de cantatas com representações teatrais. Segundo o Supremo Concílio, é importante discutir tais detalhes por conta da invasão de novos elementos trazidos pelo neopentecostalismo.

Informações Creio / Amigo de Cristo / OGalileu

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

É PECADO O PASTOR TIRAR FÉRIAS?

Pastores também necessitam de férias


Alguns acreditam que o pastor não pode sair de férias. Só se for para Israel!

Se ele disser que vai para Disney com sua família e não vai para Israel, corre o risco de ser apedrejado em praça pública por alguns irmãos e irmãs.

Concordo em apedrejar se ele usar o dinheiro da igreja para qualquer viagem particular.

Mas e a criançada? Pensamos desta forma ou abençoamos os nossos filhos?


Não temos o direito de passar um tempo com a nossa família?

Será que é pecado o pastor tirar férias? Será que ele está tirando férias de Deus?

Pecado é usar os irmãos para financiar suas viagens particulares. Viajar com o dinheiro suado que foi fruto do seu trabalho é um direito.

É claro que o pastor pode tirar férias com sua família. Deus está conosco nas férias também. Posso garantir que férias é uma benção! Estar com a família é uma super benção!

Não importa o lugar, o que importa é estar com eles e ter a presença do Senhor ao nosso lado! Isso é saudável para a família.

As férias proporcionam um tempo de descanso, um período que cada família tem que desfrutar.

O descanso foi estabelecido por Deus no início da criação.

Deus descansou quando nunca precisou descansar. Mas porque a Bíblia diz que Deus descansou?

O verbo hebraico usado no texto de Gênesis 2 quer dizer “cessar ou terminar” o que estava fazendo. Deus teve prazer de parar e se maravilhar com a sua criação a ponto de dizer – É muito bom.

Nós também precisamos parar e maravilhar-se com o que Deus colocou ao nosso redor.

A nossa família também é o nosso rebanho, aqueles que necessitam de um carinho, de uma atenção e descanso.

Quando estamos na correria do dia a dia esquecemos de agradecer por tantas coisas que Deus tem feito em nossa família, na vida dos nossos filhos, na vida da nossa esposa e na nossa própria vida.

Deus mostrou que precisamos parar um pouco e olhar o que está em nossa volta para dizer como Ele: Isso é bom!

O exemplo de parar a sua criação e estabelecer um dia de repouso é para que o homem possa entender que o descanso é um benefício criado por Deus, que as férias são um direito que deve ser respeitado para que a família seja abençoada.

Muitos pastores esquecem que são responsáveis pela sua família e que eles necessitam de sua atenção.

Muitos não têm a noção de que este tempo é esperado com muita alegria e ansiedade pelos filhos. As fotos que vocês estão vendo neste artigo são de férias passadas. Eu fiquei triste estas férias por não ter dito condições de levá-los viajar, mas estou tentando passar o maior tempo possível com eles.

Eu me deparo com crianças frustradas porque alguma coisa tomou o seu pai ou a sua mãe no momento que os seus pais eram deles (as) por direito!

Às vezes, o nosso ministério, os nossos afazeres na igreja e a nossa posição eclesiástica roubam o tempo que deveria ser da nossa família. Você já se deparou com este problema?

Não existe na bíblia uma referência que o pastor não pode tirar férias.

Conheço alguns filhos de pastores que dizem: Eu não quero ser pastor de jeito nenhum!

Quando me aprofundo no assunto e pergunto sobre a esta decisão, a resposta é quase sempre a mesma: - “Porque a igreja tirou o meu pai de mim quando eu mais precisava dele. Eu nunca brinquei com meu pai porque a igreja sempre ocupou o tempo que era meu e eu não quero isto para o meu filho.”

Precisamos aprender a ser pastor da igreja e pastor dos nossos filhos.

Precisamos aprender a respeitar o espaço da família e da igreja, não deixando que um tome o lugar do outro. Deus deve ter o primeiro lugar em todos os sentidos na minha vida e depois a família.

Não podemos esquecer que antes de sermos pastores, presbíteros, diáconos, obreiros, líderes de um grupo e participantes ativos do corpo de Cristo, Deus nos colocou em família e nos deu uma família para cuidar.

Quando nascemos, aprendemos a ser filhos e compreendemos o que é necessário fazer e não fazer. Sentimos na pele o que é ser filho!



Não é difícil entender que os nossos filhos precisam e desejam. Eles querem um pai e um pastor, mas na hora certa. Em alguns momentos eles querem o pai, em outros querem o pastor.


Posso lembrar da historia de um filho que sempre esperou o seu pai, mas ele nunca apareceu.

O seu pai era um pastor de um ministério conhecido. Este pastor tinha um filho, mas nunca teve tempo para ele. Quando o seu filho fazia aniversário, ele nunca podia estar na festinha porque tinha culto ou qualquer programação “sagrada”.

Este filho nunca teve o prazer de ver o seu pai assistindo suas apresentações que as escolas realizam no dia dos pais, ele não tinha tempo para isso!


Brincar de bola no campinho perto da sua casa era impossível, o seu pai nunca podia estar com ele.

O motivo sempre era o mesmo: “Eu tenho que fazer a obra de Deus e não tenho tempo para isto!”

Este garoto cresceu desta forma e criou uma revolta muito grande contra a igreja porque o tempo que era dele foi ocupado pelos problemas de outras pessoas.

O menino cresceu indo à igreja até onde foi obrigado, mas depois que conseguiu a maioridade, nunca mais pisou no templo.

O problema é que durante estas situações de irresponsável do seu pai, ele encontrou algumas pessoas que estavam sempre prontas para escutar suas lamentações e problemas.

Ele se envolveu com pessoas que tinham tempo para escutá-lo, pessoas que pararam para ouvir suas dificuldades, mas infelizmente estas pessoas o levaram para o caminho das drogas.

Encurtando a história, o garoto morreu assassinado no portão de sua casa devido uma dívida com traficantes. Eles o viciaram escutando seus problemas e mataram porque não pagou o remédio que fazia esquecê-los.

No velório, a sua mãe não passou bem e foi até a casa de uma irmã para descansar. Ao pegar a xícara de café, ela desabafou: "O meu filho nunca teve um pai, mas a igreja sempre teve um pastor. Não importava à hora, o meu marido sempre tinha tempo para a igreja, mas para passear com o seu filho, conversar com ele, passar um dia jogando bola, ele nunca teve tempo. O passeio das férias do meu filho foi impedido porque meu marido nunca deixava a igreja. O meu filho morreu sem saber o que era ter um pai! Eu sei que muitas vidas estão indo para o céu por causa do meu marido, mas eu também sei que o meu filho foi para o inferno por causa dele. Vou ver muitos irmãos e irmãs no céu, mas quem eu mais queria ver, não estará lá, o meu filho."

A história acima representa uma situação quase freqüente nas igrejas, nós precisamos entender que Deus precisa estar em primeiro lugar em nossa vida e a família em segundo, depois a igreja.

O que vale ganhar o mundo e perder a nossa família?

Quando sabemos ser pastor e pai, os nossos filhos vão amar a casa do Senhor.

Ensine o seu filho amar a igreja demonstrando que ela não ocupa o lugar que é dele. Ensine o seu filho amar a Deus sobre todas as coisas sendo o seu pastor e pai no momento exato.

Jesus nos deu 2 mandamentos: Amar a Deus sobre todas as coisas e amar o próximo como a nós mesmos, então quero fazer uma pergunta:

Quem é o seu próximo?

A sua família é a mais próxima de você. Os nossos filhos, filhas e a nossa esposa também precisam conhecer o amor de Deus e a melhor forma de apresentar este amor é cuidar da nossa família como Cristo cuidou da igreja.

Há tempo para todas as coisas, tempo de evangelizar, de brincar, de pregar, de deixar de pregar para suprir a necessidade da família, de ir aos cultos, de ir aos eventos mais importantes para os nossos filhos e de tirar férias com a família para que a comunhão em nosso o lar seja reforçada.

Pastor pense nisso...

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Twitter no Jardim do Éden....

Charge retirada do blog Púlpito Cristão.

Achei muito interessante esta charge...Você já imaginou alguns pastores, pregadores, profissionais da fé no Jardim do Éden?

Morreriam de tédio....ninguém para bajular o seu ego, ninguém para gritar o seu nome e nenhum tipo de tietagem....pra quem iriam vender suas relíquias? 

Que 2011 seja o ano em que muitos irmãos e irmãs abram seus olhos espirituais....

Feliz Natal e um Próspero  Ano Novo cheio da presença do Senhor.

Pr. Alexandre Farias 

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Comunhão portenha - Por Revista Cristianismo Hoje

Aquele último culto, num domingo de 2007, foi marcado pela desolação dos membros. Às vésperas de fechar as portas, o líder da pequena igreja pentecostal escreveu um e-mail para o colega Norberto Saracco pedindo oração.


A congregação perderia seu templo em Buenos Aires, a capital argentina, a menos que pagasse o equivalente a 25 mil dólares para resolver um processo legal de longa data em relação à propriedade. Parecia não haver saída, pois o valor equivalia a quase um ano de arrecadação da igreja. Saracco, da Igreja Boas Novas e integrante do Conselho de Pastores da cidade, fez as orações pedidas e algo mais. Ele enviou a seguinte resposta: “Não podemos permitir que uma igreja feche em Buenos Aires”. Dois dias depois, pastores de várias denominações haviam doado o dinheiro necessário. “Quando dizemos que há somente uma Igreja em Buenos Aires, estas são as consequências”, explica Saracco. “Se queremos uma Igreja forte na cidade, cada igreja local tem que ser forte também”.

As palavras do religioso expressam o espírito daquela que é hoje, talvez, a maior experiência de unificação de igrejas de uma grande cidade em todo o mundo. Em um país sem forte tradição evangélica, a Igreja argentina tem visto uma iniciativa pouco comum: uma tentativa de unificação.

Não se pretende montar uma única megaigreja onde todos congreguem, mas sim, resgatar um conceito bíblico simples, o da unidade em Cristo. “Toda vez que o Novo Testamento fala da igreja em uma cidade, como Éfeso ou Corinto, é sempre no singular, não no plural”, diz Carlos Mraida, pastor da Primeira Igreja Batista do Centro de Buenos Aires. “Entretanto, quando o Novo Testamento fala de liderança em uma cidade, é sempre no plural. A igreja é singular, mas a liderança é plural”.

Pluralidade tem sido mesmo a palavra de ordem entre cerca de 150 igrejas evangélicas da Grande Buenos Aires, um aglomerado urbano com 13 milhões de habitantes. Desde que foi montada, a entidade tem atraído cada vez mais líderes. Os pastores reúnem-se mensalmente para orar, confraternizar, traçar planos de ação comum e, se for o caso, socorrer-se mutuamente. Não é preciso abrir mão das próprias convicções, nem existe qualquer patrulhamento teológico. Pentecostais convivem com históricos na maior harmonia. “Estamos de acordo apenas sobre os elementos centrais, como a Trindade, a morte de Jesus na cruz e sua segunda vinda, por exemplo”, explica Juan Pablo Bongorrá, pastor da Igreja Portas Abertas. Os quase 200 membros do Conselho de Pastores de Buenos Aires continuam a divergir sobre temas como o divórcio, batismo pelo Espírito Santo e formas de realizar o culto. “Aceitamos a diferença como uma riqueza. Seria ruim se todas as igrejas fossem iguais. Imagine se Deus tivesse criado apenas um tipo de flor, como isso seria chato”, compara.

Ao invés disso, as igrejas ligadas ao órgão estão fazendo trocas importantes. “Hoje, as igrejas mais tradicionais estão ajudando as congregações avivadas a fazer mais trabalhos sociais, e estas incentivam aquelas a realizar mais trabalhos evangelísticos”, explica o pastor, que é um dos cinco dirigentes do Conselho. O resultado é uma força conjunta capaz de influenciar mais a sociedade argentina, já que conselhos semelhantes têm se reproduzido em outras regiões do país. Foi assim em novembro do ano passado, quando os evangélicos uniram-se para confrontar o governo e o legislativo na questão do casamento gay, e na recente crise econômica do país. “O mais importante é a mentalidade de que a unidade é um processo contínuo, não um evento”, acredita Mraida.

Reconciliação – Inicialmente, os crentes portenhos – como são conhecidos os moradores da cidade – tentaram iniciar um movimento de unidade após a cruzada que o evangelista americano Billy Graham realizou ali, em 1962. Anos depois, outra cruzada, desta vez do pregador Luis Palau, em 1977, encetou algumas iniciativas naquela direção, mas sem sucesso. Não que houvesse contenda entre os crentes – “as igrejas aqui nunca foram hostis ou competitivas”, garante o pastor Bongorrá –, mas cada igreja estabelecia e perseguia seus próprios objetivos. Um novo espírito de unidade surgiu no início dos anos 1980, quando centenas de cidades formaram conselhos de pastores, alguns com mais de mil membros. O de Buenos Aires foi montado em 1982 por Bongorrá, Saracco e Mraida, junto com o carismático pastor Jorge Himitián e o ministro batista Pablo Medeiros. “O ponto de partida foi criar e desenvolver a amizade entre os pastores”, diz Saracco, “já que é mais fácil unir pessoas do que denominações”.

Uma das primeiras ações do grupo foi a reconciliação sobre os erros do passado recente. A Argentina engatinhava na redemocratização, após a sangrenta Guerra Suja da década anterior, período em que os militares governaram o país com mão de ferro, e o trauma do conflito contra o Reino Unido pela posse das ilhas Malvinas. “O tumulto político no país criou uma profunda divisão entre as igrejas que defendiam os direitos humanos e aquelas que permaneceram em silêncio”, diz Saracco. O ponto alto foi um grande evento no qual o Conselho pediu aos dois lados para perdoarem um ao outro em frente aos 250 mil congregados. O ato teve um efeito purificador.

Quando ficou claro que uma estrutura formalizada, com cargos tradicionais e instâncias administrativas, levaria o grupo à inação, os pastores optaram por outra tática. “Mudamos a mentalidade”, lembra Bongorrá. “Resolvemos trabalhar como igreja e nos concentrar nos dons espirituais”. O movimento de unidade logo mudou o foco da ideia de uma simples comunhão entre pastores para o conceito de “igrejas ajudando igrejas”. Quando uma Igreja Anglicana foi forçada a encerrar seu programa de Escola Dominical em 2008 por falta de professores, levando a um êxodo de famílias, a congregação pentecostal liderada por Saracco enviou quatro voluntários para executar um programa de educação bíblica. Noutra ocasião, um pastor do subúrbio pediu socorro porque o colégio que a igreja mantinha estava na bancarrota. Em resposta, o Conselho uniu-se para pagar dívidas com impostos e salários dos professores.


A estrutura flexível é considerada uma das chaves para o sucesso. Outra é ter algo para fazer em unidade. “Durante muitos anos, não tínhamos um projeto comum”, diz Bongarrá. “Agora, os pastores estão se juntando cada vez mais a nós – porque é bom orar juntos e ter um bom tempo de comunhão –, mas, também, porque as pessoas estão mais felizes por terem algo para fazer em unidade, um objetivo comum”. O trabalho do Conselho da capital tem chamado a atenção. A Aliança Cristã de Igrejas Evangélicas da República Argentina (Aciera) fez uma convocação para que todos os conselhos de pastores de outras cidades e províncias do país comparecessem a um evento no Seminário Batista de Buenos Aires em abril. Ali, os pastores portenhos falaram de sua experiência.

“Paradigma bíblico” – Mas o desafio é grande. Embora num ritmo bem menor que o brasileiro, as igrejas também estão crescendo numericamente na Argentina. Hoje, a quantidade de evangélicos do país chega a 3 milhões de pessoas (pouco menos de 10% da população), a maioria, pentecostais. “Apesar disso, o Reino de Deus não tem sido estabelecido”, preocupa-se o pastor Carlos Mraida. “A cidade fora dos muros da igreja está muito pior em quase todos os quesitos espirituais e seculares”, reconhece. Ele conta que, ao longo de seus 24 anos de ministério, viu que, quando cada um cuida de fazer só o próprio trabalho, o avanço é modesto. “Jesus disse que uma única exigência para vermos o avivamento é que sejamos um, a fim de que o mundo creia, conforme João 17. Temos que voltar a um paradigma bíblico.”

Nos últimos quatro anos, Mraida tem convidado pastores de diferentes denominações para servir mensalmente a Ceia do Senhor na sua congregação. Ele mesmo já foi beneficiário da mutualidade que ajuda a fomentar. Quando a Igreja Batista que dirige estava construindo um novo santuário, a Igreja Visão do Futuro, do pastor Omar Cabrera, localizada a apenas 10 quarteirões, contribuiu com 70 mil pesos (cerca de R$ 35 mil em valores de hoje) para compra de cimento. “Indagaram-me porque estávamos ajudando a construir outra igreja tão perto de nós”, lembra Cabrera. “Respondi simplesmente que estávamos no mesmo time”.

Ultimamente, as prioridades do Conselho de Pastores têm sido a oração e a evangelização. Em junho de 2008, a entidade organizou a primeira campanha de 40 dias de oração, encerrada com uma vigília de três noites ao ar livre, em frente ao Congresso do país. Ano passado, a coisa se repetiu, e em 2010 estendeu-se para cinquenta dias, a partir da Páscoa. Agora, está em pleno andamento uma mobilização para que os crentes portenhos assumam uma responsabilidade espiritual por sua cidade. Voluntários concordaram em orar por cada um dos 12 mil quarteirões da Região Metropolitana.


Periodicamente, eles percorrem as ruas distribuindo folhetos e falando de Jesus aos moradores.

Hoje, o Conselho já possui sete mil quarteirões cobertos por voluntários de 100 igrejas locais, e os pastores estão confiantes de que, até o fim do ano, toda a Grande Buenos Aires estará debaixo de oração e ação evangelística. Outra campanha promove os valores cristãos através da veiculação de mensagens temáticas, tendo como base o slogan “A Argentina que Deus quer é possível com Jesus Cristo”. A cada duas semanas, as mensagens são divulgadas através de jornais, rádios, outdoors e panfletos. Muitos pastores reforçam os anúncios atrelando seus sermões ao tema de cada semana.

Os custos são cobertos por um pool de igrejas dirigidas pelos pastores do Conselho. As congregações têm sido tão entusiastas que as ofertas para o órgão – normalmente inferiores a dois mil pesos por mês – totalizaram a espantosa quantia de 750 mil pesos (R$ 375 mil) em cinco meses.

Originalidade – O último exemplo de evangelização unificada de toda a cidade foi o envio, em fevereiro deste ano, de missionários para a África do Norte, representando toda a Igreja de Buenos Aires. Trata-se de uma outra inovação, já que até então os obreiros transculturais eram enviados por igrejas locais ou agências missionárias. “Esse envio unificado é um modelo para viabilizar a obra missionária e torná-la possível para a realidade econômica da América Latina”, elogia o presidente internacional da Cooperação Missionária Iberoamericana (Comibam), David Ruiz. “O sucesso em Buenos Aires vem em um momento em que os grupos tradicionais de unidade da América Latina – como a Confraternidade Evangélica Latinoamericana e o Conselho Latinoamericano de Igrejas – estão em vias de extinção ou perda de relevância.”

Atual diretor-adjunto Comissão de Aliança Missionária Evangélica Mundial, Ruiz acredita que o Conselho de Buenos Aires é um órgão muito original. “A maioria das alianças evangélicas estão enfrentando uma crise de identidade, e esta entidade está trazendo uma alternativa para a unidade da Igreja no continente”. O líder teológico René Padilla, presidente emérito da Fundação Kairós de Buenos Aires, diz que a iniciativa representa o novo. Embora reconheça a importância do trabalho, ele observa que sua influência ainda não se faz sentir fora da cidade. “Ainda existem grandes divisões entre os grupos de igrejas principais e conservadoras”, aponta. “Há sinais encorajadores de pessoas se relacionando entre as denominações, mas ainda há um longo caminho a percorrer”.

Contudo, Norberto Saracco e seus companheiros de ministério parecem não ter pressa. “A nossa visão e nossa tarefa são uma questão de fé. Estamos conscientes das nossas diferenças hoje, e sabemos que possivelmente não veremos o fim delas durante a nossa vida Talvez isso demore cem, duzentos ou 300 anos, não sabemos. Mas Abraão foi o pai da fé porque acreditou, não porque viu”, observa.

Se queremos uma Igreja forte na cidade, cada igreja local tem que ser forte também?

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