Os cristãos parecem especialmente vulneráveis quando se trata de comparação. Por que os cristãos comparam tanto? Por algum motivo que não consigo discernir claramente, nos constrangemos com as diferenças.
Preferimos a igualdade, a previsibilidade, interesses comuns. Se alguém pensa de modo diferente, usa roupas diferentes, tem gosto e opiniões diferentes, ou gosta de um estilo de vida diferente, a maioria dos cristãos discorda ou até se "escandaliza".
Damos muito peso às coisas exteriores e importância às aparências, e não à individualidade e variedade. Normalmente pensamos que o que é bom para nós também é bom para os outros. Nossas atitudes, comportamento, escolhas, gostos, sempre são os melhores, e os demais têm que se assemelhar aos nossos, senão estão errados ou até em pecado.
Gostaria de dizer que fazer comparações e principalmente se ater às aparências, enganam. Mateus 7:21 diz: 'Nem todo que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus."
Às vezes nós matamos espiritualmente ou dificultamos a caminhada de muitos por causa dos nossos preconceitos. A bíblia é um livro de regras gerais que são comuns a todos, mas também é um livro de regras pessoais ou individuais, por isso Paulo disse : I Coríntios 6:12: "Todas as coisas me são permitidas, mas nem todas me convêm. Todas as coisas me são permitidas, mas não me deixarei dominar por nenhuma delas." Cada um conhece a si mesmo, seus pontos fracos e suas virtudes, ninguém é igual ao outro.
Vou resumir um acontecimento na vida do pastor Swindoll, que ele narra em seu livro “O Despertar da Graça".: Certa vez ele estava em um congresso para casais, palestrando por alguns dias, quando um fato chamou sua atenção.
Ele percebeu que havia um casal participante desse evento onde o marido raramente estava com a esposa no auditório, e quando estava presente ele cochilava nas ministrações. Certamente o pastor Swindoll pensou, essa é mais uma daquelas esposas que se interessam por Jesus, mas o marido não quer nada com nada. Pois bem, no último dia do evento o pastor estava se preparando para sua última preleção quando esta mulher veio em sua direção.
Ele imediatamente pensou, com certeza essa irmã vem reclamar do marido, porque ela é uma serva fiel, compromissada e ele não tem muito interesse.
Quando esta se aproximou, cumprimentou o pastor e lhe trouxe os agradecimentos do marido pelo final de semana abençoado que ele tivera.
O pastor não entendeu absolutamente nada mas perguntou. Ele gostou mesmo, porque raramente eu o vejo com a senhora, e quando percebo que estão juntos ele sempre está cochilando. Foi quando veio à surpresa do julgamento pela aparência.
A esposa disse: Pastor, meu marido é canceroso e está em fase terminal, ele não tinha a mínima condição de estar aqui, e eu estou aqui porque ele insistiu muito para que viéssemos.
Ele não pôde estar presente em todas as palestras por causa das dores e também por causa da morfina que ele toma diariamente, por isso quando ele está presente às vezes ele dorme. Mas todas as vezes que ele não esteve presente me fez contar tudo o que o senhor tinha ensinado. E também pediu para dizer-lhe que agora Deus pode recolhê-lo porque está muito feliz e apesar das circunstâncias sente muita paz.
Agora imaginem onde o queixo do pastor foi parar?
Alguns versículos para reflexão: I Samuel 15:22 onde diz que obedecer é melhor que sacrificar. Por quê? Por que muitas vezes os sacrifícios são aparentes!
Isaías 64:6 onde diz que os nossos atos de justiça são como trapos de imundícia. Por quê? Por que a maioria dos nossos atos são alicerçados na aparência (nenhum deles sequer se compara à justiça divina).
Joel 2:13 onde diz rasgai o vosso coração e não as vossas roupas. Por quê? Por que roupa significa exterior e toda mudança genuína brota de dentro, do coração!
Lucas 15:1,2 diz: Todos os pecadores e publicanos se aproximam de Jesus para ouví-lo. Os fariseus e escribas murmuravam: Este recebe pecadores e come com eles. Quando a bíblia diz pecadores, estão inclusos todos os tipos de pessoas marginalizadas como os pobres, viúvas, prostitutas, doentes, indigentes, os rejeitados em geral.
Uma pergunta: No caso de Jesus nós teríamos coragem de dizer que a aparência do mal também é pecado? Porque, note com que tipo de pessoas Jesus se relacionava. E se um fato semelhante acontecesse com algum de nós? Resposta........... Onde quero chegar com tudo isso?
É simples, nós somos sempre avaliados pelo que fazemos e pela aparência (do que fazemos), e não pelo que verdadeiramente somos. Às vezes erramos, nos entristecemos e nos arrependemos, por que absolutamente ninguém é perfeito, mas também acertamos, nos sentimos bem e estimulados a continuar. Exceções à parte há aqueles que nunca erram, mas eu imagino como deve ser difícil manter as aparências.
Imaginem a respeito do que o apóstolo Paulo estava falando (além de outras coisas) quando ele diz : o amor seja não fingido-Romanos 12:9.
O evangelho de João 7:24 também diz: não julgueis segundo a aparência, mas sim conforme a justiça. Ainda bem que Deus não vê como o homem vê (I Samuel 16:7). A propósito quero dizer àqueles crentes que se sentem rejeitados, discriminados, deixados de lado e até esquecidos.
Quem os rotulou de santos e justos não foi homem nenhum, nem um príncipe, nem um rei, nem um presidente e nem um monarca, mas o próprio Deus quando nos atraiu na cruz do Calvário e nos transformou em seus filhos e herdeiros.
No céu haverá muuuitas surpresas, por que as aparências enganam.......
Que Deus os abençoe!
Pr. Américo
Contato com o Pr. Américo Grande : americo_grande@hotmail.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário